
MPF recomendou a comandos militares, brigadas e grupamentos que não comemorem o golpe militar de 31 de março de 1964. A orientação foi enviada após orientação do presidente Jair Bolsonaro. Em Belém, cerimônia do Exército vai celebrar o golpe de 1964. Tarso Sarraf O Comando Militar do Norte informou na manhã desta quinta-feira (28) que fará uma comemoração alusiva ao golpe de 1964 ou "Revolução Democrática de 1964", como é chamado pela Força Armada em nota, em Belém com uma solenidade interna e com a participação exclusiva de militares. A decisão é oposta a recomendação enviada pela Procuradoria Geral da República a 18 estados, incluindo o Pará, e o Distrito Federal. O MPF recomendou a comandos militares, brigadas e grupamentos que não comemorem o golpe militar de 31 de março de 1964. A orientação foi enviada após o presidente Jair Bolsonaro determinar ao Ministério da Defesa que faça as "comemorações devidas" pelos 55 anos do golpe. Para os procuradores, não pode haver comemoração porque direitos foram suprimidos durante o regime e as Forças Armadas devem garantir a constituição, não devendo participar de disputas ou manifestações políticas. A recomendação foi feita nos seguintes estados: Amazonas Bahia Distrito Federal Goiás Maranhão Minas Gerais Mato Grosso do Sul Mato Grosso Pará Paraíba Pernambuco Rio de Janeiro Rondônia Rio Grande do Sul Rio Grande do Norte Sergipe São Paulo Tocantins Espírito Santo O golpe militar que depôs o então presidente João Goulart ocorreu em 31 de março de 1964. Com o golpe, iniciou-se no Brasil uma ditadura que durou 21 anos, até 1985. No período: >> não houve eleição direta para presidente; >> o Congresso Nacional chegou a ser fechado; >> mandatos foram cassados; >> houve censura à imprensa; >> segundo a Comissão da Verdade, mais de 400 pessoas foram assassinadas ou desapareceram. O Ministério da Defesa afirmou em nota oficial que "cinquenta e cinco anos passados, a Marinha, o Exército e a Aeronáutica reconhecem o papel desempenhado por aqueles que, ao se depararem com os desafios próprios da época, agiram conforme os anseios da Nação Brasileira. Mais que isso, reafirmam o compromisso com a liberdade e a democracia, pelas quais têm lutado ao longo da História".
Fonte: G1
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