STF deve decidir nesta quinta se governo pode vender estatais sem aval do Congresso
Venda sem aval está proibida por determinação do ministro Lewandowski; agora, tema será analisado pelo plenário. STF também decidirá se permite venda da TAG, subsidiária da Petrobras. Ministros do STF no plenário do tribunal Carlos Moura/SCO/STF O Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá nesta quinta-feira (30) se o governo federal pode vender estatais sem a autorização do Congresso Nacional. A decisão a ser tomada também valerá para governos estaduais e prefeituras. Na prática, durante o julgamento, os ministros vão decidir se referendam ou derrubam uma decisão liminar (provisória) concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski no ano passado. Pela decisão do ministro, o governo não pode vender estatais sem o aval do Poder Legislativo. Lewandowski tomou a decisão ao analisar uma ação apresentada pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). No entendimento do ministro, o aval do Legislativo é obrigatório quando a venda de estatais implicar na perda do controle acionário pelo poder público. Ricardo Lewandowski também estabeleceu que: para a venda, é necessária a realização de licitação; o processo só poderá ser dispensado se não houver perda do controle acionário das empresas pelo poder público. Liminar do STF proibe a venda de estatais sem autorização do legislativo O que está em discussão Os ministros podem decidir no julgamento desta quinta-feira se: é preciso aval do Congresso para a venda de qualquer empresa pública, incluindo empresas de sociedade mista ou subsidiárias; a autorização do Congresso só é necessária quando houver perda do controle acionário; é preciso uma lei genérica de autorização para vários negócios ou uma lei específica aprovada para cada venda; em caso de venda de estatal, se será exigida licitação ou outro processo; a licitação será exigida sempre que houver perda do controle acionário. Venda da TAG A pauta desta quinta-feira também prevê o julgamento da venda da Transportadora Associada de Gás (TAG), subsidiária da Petrobras. O plenário do Supremo vai decidir se mantém ou derruba a decisão do ministro Luiz Edson Fachin que suspendeu a venda de 90% da participação acionária na empresa. Fachin considerou que a venda da TAG desrespeitou a decisão de Lewandowski. Interesse de R$ 80 bilhões Apesar de o Supremo ter divulgado a pauta de todo o semestre no fim do ano passado, as duas ações foram incluídas para julgamento somente nesta semana para solucionar impasses de interesse do governo federal em relação a vendas de ativos e privatizações. Dados do governo indicam que o país pode gerar de caixa mais de R$ 80 bilhões com privatizações. Nos últimos dias, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o advogado-geral da União, André Mendonça, conversaram com ministros do Supremo para alertar sobre a importância do tema para o governo.
Fonte: G1
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