Gustavo Montezano é o novo presidente do BNDES

O atual secretário especial adjunto de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia entra no lugar de Joaquim Levy, que pediu demissão. Secretário da área de desestatização é o novo presidente do BNDES O atual secretário especial adjunto de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Gustavo Montezano, vai ser presidente do BNDES. Ele entra no lugar de Joaquim Levy, que pediu demissão no domingo (16), depois de críticas do presidente Bolsonaro. Numa primeira reunião de manhã, no Palácio do Planalto, o presidente Bolsonaro e o ministro da Economia já estavam tratando da escolha do novo presidente do BNDES. Jair Bolsonaro sugeriu um nome, mas deixou a decisão por conta de Paulo Guedes. Mesmo critério usado quando Joaquim Levy assumiu o comando do banco, meio a contragosto de Bolsonaro, por já ter trabalhado em governos do PT e do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. O desconforto de Bolsonaro com Levy foi aumentando, porque o presidente considerava que Levy estava demorando para apresentar detalhes dos empréstimos do BNDES a países como Venezuela e Cuba, o que o presidente chama de "caixa preta" do banco. A abertura das contas era uma promessa da campanha. A gota d’água foi a nomeação feita por Levy do advogado Marcos Pinto, que também teve passagem em cargos estratégicos do governo Lula. “O Levy nomeou o Marcos Pinto para uma função no BNDES. Eu já estou por aqui com o Levy. Falei para ele: ‘demita essa cara segunda-feira ou eu demito você sem passar pelo Paulo Guedes’”, afirmou Bolsonaro. O ultimato desencadeou dois pedidos de demissão: de Marcos Pinto, no sábado mesmo, e de Joaquim Levy, no domingo (16). Nesta segunda-feira (17), em São Paulo, em um evento da Bandnews, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, criticou duramente a forma como aconteceu a saída deles do governo. “Uma pena o Brasil ter perdido dois quadros da qualidade do Joaquim Levy e do Marcos Pinto, e da forma como eles foram retirados. Acho que foi de uma covardia sem precedentes. Eu não digo nem do presidente. Acho que quem tem que segurar firme é quem nomeou. E quem nomeou foi o ministro da Economia e ele precisa nos garantir equilíbrio nessas relações”, disse Rodrigo Maia. No fim da tarde, o presidente da Câmara foi mais ameno. Repetiu que os dois não precisavam passar pelo o que passaram. Mas enfatizou que a demissão é uma prerrogativa do ministro e do presidente. Na Câmara, a CPI que investiga supostas irregularidades no BNDES marcou data, 26 de junho, para ouvir Joaquim Levy. O ministro Paulo Guedes voltou mais uma vez ao Planalto na parte da tarde e, horas depois, já no início da noite, confirmou o nome de Gustavo Henrique Moreira Montezano, atual secretário-adjunto de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia. Gustavo Montezano já havia sido indicado pelo próprio ministro Paulo Guedes para ocupar uma diretoria no banco, mas o então presidente Joaquim Levy não aceitou a sugestão. Montezano atua há 17 anos no mercado financeiro; foi sócio diretor do BTG Pactual. Ele foi escolhido por ser alinhado à atuação que o governo espera do BNDES: acelerar as privatizações é uma das prioridades. “Uma das medidas que se deseja para o BNDES é a devolução de recursos que estão no banco para o Tesouro Nacional. Além disso, o BNDES deve aumentar os investimentos em infraestrutura e saneamento, ajudar a reestruturar estados e municípios, abrir a ‘caixa preta do passado’, apontando para onde foram investidos os recursos em Cuba e na Venezuela, por exemplo”, afirmou o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros.


Fonte: G1

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