No Rio Grande do Sul, projeto melhora atendimento a vítimas de violência doméstica

Na hora de registrar a ocorrência na polícia, a mulher responde a um questionário para que Ministério Público e Judiciário avaliem as medidas de urgência para conter o agressor. Casos de violência contra mulheres no Rio Grande do Sul ganham atenção especial Os casos de violência contra mulheres estão recebendo uma atenção especial e necessária, no Rio Grande do Sul. A doceira Tauana de Mello faz questão de mostrar o rosto ferido. A moradora de Caxias do Sul, na serra gaúcha, sofreu agressões do ex-companheiro durante quatro horas. A ocorrência, registrada como sequestro, cárcere privado e lesão corporal, não dá a medida exata do horror sofrido por ela. “Ele ainda tirou a arma e colocou no meu pescoço, disse que ia me dar um tiro depois ia se matar. Isso foi uma tentativa de homicídio. Isso eles não colocaram na ocorrência”. Um problema que acontece na própria rede criada para proteger a mulher. “Muitas vezes nós enxergávamos lesões corporais como simples lesões corporais e, na verdade, já foram tentativas de homicídio”, disse a chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Nadine Anflor. Esse é um desafio que a polícia e o Judiciário do Rio Grande do Sul procuram enfrentar. A tarja colorida é para chamar atenção, tornar ainda mais visíveis os casos de feminicídio. O projeto Borboleta Lilás foi criado para que um atendimento diferenciado seja dado para as vítimas desse tipo de crime. “Fazemos a busca dessas pessoas e vamos fazer o encaminhamento para um atendimento individualizado com a psicóloga para os grupos de acolhimento das mulheres em situação de violência, de reeducação do autor da violência e o encaminhamento de todos os envolvidos para atendimento na rede”, disse a juíza Madgéli Frantz Machado. Mas o reconhecimento de que uma mulher está em risco tem que começar em todas as delegacias do país e precisa ser feito com muita rapidez para parar imediatamente com as agressões. O ideal é que isso aconteça já na hora do registro da ocorrência. Em Porto Alegre, a mulher que chega recebe um questionário com 28 perguntas objetivas. Com base nas respostas, a polícia, o Ministério Público e o Judiciário podem tomar medidas com urgência para conter o agressor. “A gente tem que salvar vidas e essas vidas são fundamentais para nós. Então a gente tem que avaliar qual é o grau de risco dessa mulher para saber agir e qual é o espaço de tempo que nós temos para agir como estado”, afirma a chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul.


Fonte: G1

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

COSANPA 'sem força'

Mulher pede socorro por mensagem para Patrulha Maria da Penha em Suzano: 'Quando chegarem, já vou estar morta. Socorro'