Porto Alegre tem exemplo bem-sucedido de proteção a mulheres ameaçadas pelos companheiros
A Casa Viva Maria, um espaço protegido e sigiloso que existe há 26 anos, oferece apoio de psicólogas, assistentes sociais e enfermeiras. Abrigo protege mulheres vítimas de violência dos companheiros em Porto Alegre De Porto Alegre, vem um exemplo bem-sucedido de proteção a mulheres ameaçadas pelos companheiros. Foram muitas brigas e xingamentos, até que as agressões verbais do companheiro se transformaram em uma ameaça real. “A gota d'água foi quando ele me deu um murro na cabeça. Então começou: ‘porque eu te mato, porque eu pego uma faca, porque eu te mato...’ Daí eu comecei a pensar... vou embora”, conta uma mulher que não quis se identificar. Com a filha pequena e correndo risco de vida, ela foi acolhida na Casa Viva Maria, um espaço protegido e sigiloso que existe há 26 anos em Porto Alegre. “O que se faz é tirá-la daquela situação momentânea de conflito para garantir a sua integridade física e psíquica. Não só a mulher, mas os seus filhos que também estejam em situação de violência”, diz a delegada Tatiana Bastos. A maioria das mulheres chega ao local com os filhos, só com a roupa do corpo e o boletim de ocorrência nas mãos. São obrigadas a deixar uma vida inteira para trás. Depois que entram na casa, a violência tem que ficar do lado de fora. Para isso, elas reaprendem algumas regras de convivência. Uma delas é a de nunca revelar o endereço do abrigo para ninguém. Outra regra é manter o celular desligado. “Com a tecnologia que tem nos celulares é uma forma que ele pode achar, com rastreador, e aí coloca em risco as outras mulheres e até os funcionários”, explica a coordenadora da Casa Viva Maria, Saionara Rocha. Durante os três meses que podem ficar na casa, elas vão sendo incentivadas a reorganizar a própria vida. Recebem alimentação, encaminhamento para emprego e são orientadas a se manter longe do agressor. “Existe o ciclo da violência em que tem a fase de tensão, a fase da agressão e depois a tentativa de lua de mel. Nós trabalhamos com as mulheres justamente para que se consiga mostrar para elas que isso é um ciclo, que o arrependimento é uma coisa que não vai se efetivar e da importância delas poderem romper esse ciclo”, diz a gerente distrital da Casa Viva Maria, Ana Lúcia Dagord O abrigo, mantido com recursos da prefeitura, já ajudou quase 2,5 mil mulheres. A Giziele é uma delas. Hoje ela mora com o filho, trabalha, estuda e dá força para quem quer se livrar da rotina de violência. “Que elas não podem perder a esperança, porque estando lá, não é uma prisão, é uma forma de elas poderem se libertar. Porque se elas estão ali, é porque alguma coisa aconteceu na vida delas e se elas tiverem certeza e confiarem no potencial delas, elas conseguem ir muito longe”, afirma Giziele Santos da Silva, atendente em supermercado.
Fonte: G1
Fonte: G1
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