Onda de violência em Belém deixa dezenas de mortos em nove horas
Assassinato de PM desencadeia série de execuções com 12 mortes; 21 morreram em tentativa de resgate em prisão. |
Segunda-feira (9), 11h. Dois homens chegam de moto e se aproximam de uma calçada. O que está na garupa faz vários disparos. O alvo era o cabo Ivaldo Nunes da Silva, de 49 anos. Ele foi atingido por cinco tiros e morreu a caminho do hospital.
Pouco depois do crime, houve uma sequência de assassinatos na Grande Belém: entre 14h30 e 23h30, outras 12 pessoas foram executadas. Em todos os crimes, a ação dos bandidos foi a mesma. Chegaram de moto ou de carro, começaram a atirar e não roubaram nada.
Segundo as investigações, nove vítimas tinham passagem pela polícia. Moradores dos bairros onde houve as mortes estão assustados. “Da porta para lá, nem saio, Deus me livre”, disse a dona de casa Rosa dos Santos. “Não tenho nem mais coragem de lavar o carro aqui na frente”, conta o comerciante Edson Quaresma.
A polícia investiga se as execuções têm relação com a morte do cabo Ivaldo e de outro policial militar assassinado no domingo (8) à noite com dez tiros. O cabo Ernani Rogério da Costa, de 32 anos, foi atingido quando lanchava em uma rua.
Em um ano, é a sétima vez que a Grande Belém vive uma onda de violência em que as mortes tiveram características de execução. Quatro chacinas ocorreram após o assassinato de policiais.
A Secretaria de Segurança Pública do Pará disse que reforçou o policiamento na região metropolitana de Belém e que aumentou as equipes da Divisão de Homicídios para investigar os assassinatos em série. Também foi criada uma força-tarefa para apurar as mortes de policiais; 17 PMs foram executados em 2018.
“A gente vai reduzir isso, e preventivamente, para que não aconteça. Mas se caso venha a ocorrer, com certeza absoluta, a resposta tem sido rápida e vai continuar sendo rápida”, disse Luís Fernandes Rocha, secretário de Segurança Pública do Pará
Na tarde desta terça-feira (10), a polícia confirmou que 21 pessoas foram mortas durante uma tentativa de resgate no Complexo Prisional de Santa Izabel, na Grande Belém. Entre as vítimas estão presos, bandidos armados que davam apoio do lado de fora do presídio, e um agente penitenciário.
A Secretaria de Segurança Pública do Pará afirma que não há ligação entre a tentativa de fuga e a série de assassinatos.
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