Aumentam as denúncias de violência contra os idosos

No ano passado, o número de denúncias de violência contra idosos no Brasil aumentou 13% na comparação com 2017. Os principais agressores são os filhos ou os netos. Denúncias de violência contra idosos aumentaram 13% no ano passado. Hoje é o Dia Internacional de Conscientização e Combate à Violência contra a Pessoa Idosa. No Brasil, os casos vêm aumentando nos últimos anos. Eles já têm muitos anos de serviços prestados. Muita história para contar. Ana Maria Benavente, de 82 anos, ensinava crianças a tocar piano. “Eu pus nas teclas as cores e pelas cores eles tocavam as musiquinhas”, conta. Têm conhecimento e experiência que não se absorve buscando na internet. Merecem todo nosso respeito, mas nem sempre recebem. No ano passado, o número de denúncias de violência contra idosos no Brasil aumentou 13% na comparação com 2017. O Disque 100, um serviço federal, recebeu mais de 37 mil denúncias: 38% foram de negligência, 26% de violência psicológica - xingamentos, humilhação, por exemplo -, quase 20% das ligações denunciaram abusos financeiros e patrimoniais - como ficar com a aposentadoria ou destruir bens do idoso - e 12% das denúncias foram de violência física. Mais de 14 mil vítimas são idosos que têm algum tipo de deficiência - física, mental, visual, auditiva. Essa violência dói ainda mais do que os números sozinhos sugerem. É que os principais agressores são aqueles que mais deveriam cuidar dos idosos. Em mais da metade dos casos, são os filhos ou os netos. Uma casa na Zona Leste de São Paulo cuida de idosos que já não têm mais relação com a família. Muitos são vítimas de abandono e outras formas de violência. “A violência financeira. Tem idoso que a família, neto, sobrinho vem no dia do pagamento, pra acompanhar o idoso ao banco, receber e aí leva a aposentadoria do idoso. Nem mesmo Dia das Mães, às vezes elas ficam esperando que os filhos venham, mas aí acabam não vindo”, diz Cecília Stringhini, presidente da Samaritano S. Francisco de Assis. Eles sequer conseguem falar sobre o que sofreram. A médica geriatra Ana Catarina Quadrante lembra que a rede pública de saúde e assistência social só consegue atender uma parte dos idosos que precisam. Ela explica que existem sinais que podem indicar que um idoso está sofrendo alguma forma de violência. “Idosos que estejam gritando demais, idosos que estejam adoecendo, emagrecendo, precisam ter um olhar especial. Não só da família, como da comunidade como um todo. E uma rede de suporte social é importante tanto para auxiliar o idoso, quanto o próprio cuidador”, afirma a médica. Lizíria Gonçalves César, de 92 anos, escolheu morar num residencial pra idosos e sempre recebe a visita da família. Com 92 anos, ela ainda consegue cuidar de quem precisa mais do que ela. “Eu posso ajudar uma senhorinha que está andando de cadeira de rodas”, diz ela. Repórter: A senhora se sente útil ajudando... Lizíria Gonçalves César: E estou arrecadando amigos, porque pra mim isso é muito importante.


Fonte: G1

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

COSANPA 'sem força'

Mulher pede socorro por mensagem para Patrulha Maria da Penha em Suzano: 'Quando chegarem, já vou estar morta. Socorro'