Bolsonaro entrega à Câmara projeto que muda regras da carteira de motorista

Texto propõe que motorista só perca a carteira ao atingir 40 pontos, o dobro do limite atual. Projeto prevê também que a carteira passe a valer por mais tempo: de cinco para dez anos. Bolsonaro entrega à Câmara projeto que muda regras da carteira de motorista O presidente Jair Bolsonaro foi nesta terça-feira (5), pessoalmente, a Câmara dos Deputados para defender um projeto. O ministro da Economia, Paulo Guedes, falava sobre s reforma da Previdência numa comissão da própria Câmara, mas o que levou o presidente a atravessar a Praça dos Três Poderes foi um projeto de lei que relaxa punições para infrações de trânsito. Quase dez mil motoristas multados a cada hora em todo o país. A equipe do JN ficou 20 minutos em frente a um semáforo, tempo suficiente para flagrar cinco motoristas furando o sinal vermelho. Hoje, quem avança um sinal vermelho comete uma infração gravíssima e leva sete pontos na carteira. Se o motorista repetir o mesmo erro mais duas vezes, vai atingir 21 pontos e terá a carteira suspensa. O projeto do governo entregue ao Congresso dobra esse limite de tolerância. A habilitação só seria suspensa com 40 pontos. O projeto prevê também que a carteira de motorista passe a valer por mais tempo: de cinco para dez anos e, para os motoristas com mais de 65 anos, a validade da habilitação passa de três para cinco anos. O presidente Jair Bolsonaro foi pessoalmente levar a proposta que muda regras do código de trânsito, o que, segundo ele, vai facilitar a vida do motorista. “É um projeto que parece que é simples, mas atinge todos do Brasil. Porque todo mundo é motorista ou anda de uma forma ou de outra em um veículo automotor”, disse. O motorista Paulo Henrique acha uma boa ideia. “Qualquer coisa para diminuir custos hoje em dia tá bom, né”, disse. Francisco Almeida, motorista profissional, é contra as mudanças. “O trânsito já é muito violento. Tem que ser rigoroso mesmo. As leis têm que ser bastante rigorosas principalmente no trânsito, que é uma das atividades que mata mais hoje no Brasil”, disse Francisco. O projeto também traz outras medidas polêmicas: acaba com a multa por transportar criança sem cadeirinha - vira só uma advertência por escrito, mesmo que ela esteja no banco da frente; põe fim à exigência do exame toxicológico para motoristas profissionais, como os caminhoneiros e taxistas; acaba com a multa de quem andar em rodovias sem os faróis ligados durante o dia, em pistas de faixas simples, não duplicadas. O projeto prevê também uma punição mais branda para o motociclista que circular com a viseira do capacete aberta. A infração passa de grave para média. O especialista José Aurélio Ramalho afirma que o projeto beneficia o infrator recorrente, uma minoria entre os 60 milhões de condutores com habilitação. “Estão privilegiando, com essa legislação, apenas os motoristas infratores e prejudicando toda sociedade brasileira. Se você quer fugir de uma multa, ou seja, uma placa de 70 km/h, se você passar a 69 km/h, você não vai ser multado. Se você não usar o celular enquanto dirige, você não vai ser multado. Ou seja, quem multa não é o poder público, quem gera a multa é o próprio cidadão infrator”, avaliou.


Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário