Governo pode adiar proposta de capitalização para Previdência, diz presidente
Bolsonaro se referiu à possibilidade de resistência do Congresso. Ele voltou a criticar a metodologia usada pelo IBGE para calcular o desemprego. Governo pode adiar proposta de capitalização para Previdência, diz presidente O presidente Jair Bolsonaro, em café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira (5), disse que, se houver resistência do Congresso, o governo pode adiar a proposta de criar um regime de capitalização na Previdência. Jair Bolsonaro voltou a criticar a metodologia usada pelo IBGE para calcular o desemprego. A comentarista Natuza Nery participou do café da manhã no Palácio do Planalto. No encontro com jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro falou sobre a proposta de capitalização da Previdência. O texto da reforma nas aposentarias que foi enviado ao Congresso pelo governo prevê o regime de capitalização, mas não detalha como esse novo sistema funcionaria. Essa definição só ocorreria depois que a reforma fosse aprovada pela Câmara e pelo Senado. Hoje, o sistema que financia a Previdência no Brasil é o de repartição, ou seja, quem está agora no mercado de trabalho sustenta os benefícios dos que já se aposentaram. Já no regime de capitalização, cada trabalhador contribui todo mês para pagar a própria aposentadoria no futuro. Bolsonaro reconheceu que há resistência dos parlamentares ao sistema de capitalização e afirmou que, se houver uma reação muito forte do Congresso, o governo desiste dessa parte da reforma. Segundo o presidente, a capitalização não é um ponto essencial agora e pode ficar para um segundo momento. À tarde, o presidente voltou a falar sobre o assunto: “Queremos aprovar o que está aí. Se a capitalização os parlamentares entenderam que está complicado, difícil de explicar agora, eles podem decidir deixar para outra oportunidade. A gente gostaria que a proposta que chegou lá fosse aprova na íntegra, mas com toda a certeza vai ser aperfeiçoada por parte do Parlamento”. No café da manhã, Jair Bolsonaro também falou sobre a relação com os partidos políticos. Na quinta-feira (4), ele se reuniu com os presidentes de seis partidos para pedir apoio à aprovação da reforma da Previdência. O presidente disse que não houve pedido nem promessa de cargos. “Foi excelente o dia de ontem. Com toda certeza será o mesmo hoje porque estamos no mesmo barco e esse barco tem que chegar num porto seguro. Lá em Israel falei que é um tremendo abacaxi e já fizeram um montão de meme a esse respeito. Foi uma força de expressão, problemas não faltam no Brasil”. O presidente explicou o que espera da articulação política em seu governo e afirmou que não terá uma base aliada permanente, mas que fará a negociação com o Congresso projeto a projeto. À tarde, Bolsonaro falou mais sobre a relação com o Democratas, que tem três ministros no governo, e com o Legislativo. “Não tem, não existe esse partido mais ou menos fiel do que outro. O que eu tenho ouvido dos partidos, cada matéria a ser votada haverá um entendimento. Não haverá nenhum alinhamento automático com o governo federal”. No encontro, Bolsonaro também falou sobre o BNDES. Ele fez críticas à maneira como o banco vinha sendo administrado por antecessores e afirmou que quer transparência total nos empréstimos. Hoje, países como Venezuela, Cuba e Moçambique acumulam dívidas de mais de R$ 2,3 bilhões com o BNDES. “Transparência total nos contratos do BNDES, quer seja para outros países, quer seja para quem comprou isso ou aquilo com dinheiro do BNDES lá dentro daquele banco. O que foi feito no passado tem que se tornar público porque nós temos que ter transparência nas ações do banco”. Outro assunto da conversa com jornalistas foi o IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Jair Bolsonaro voltou a criticar a metodologia usada pelo instituto para calcular o desemprego no país. Disse que vai conversar para fazer mudanças. Nesta semana, Bolsonaro chegou a afirmar que os números não correspondem à realidade após o instituto informar que há mais de 13 milhões de desempregados no país. Em nota, o IBGE afirmou que a metodologia adotada segue as recomendações dos organismos internacionais, em especial à Organização Internacional do Trabalho, para que a pesquisa possa ser comparada com outros países, e que ao utilizar critérios internacionais promove a coerência e a eficiência dos sistemas de estatística. Durante a tarde, em discurso no Palácio do Planalto, o presidente voltou a criticar cadernetas de saúde de adolescentes que mostram como prevenir a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. Em março, ele prometeu que substituiria as cadernetas por novas. “Eu tive acesso esses dias a uma cartilha de vacinação para criança a partir de 10 anos de idade. É uma vergonha as imagens em uma cartilha de vacinação para uma criancinha. Temos que mudar isso daí. Ninguém quer mudar o comportamento de ninguém para deixar de ser feliz. Vai ser feliz à sua maneira, sem problema nenhum. Começa lá na escola, eu, como homem, a senhora, como mulher, com toda certeza, é que meu filho, sua filha, a minha filha também sejam melhores que nós”. O Ministério da Saúde declarou que vai revisar a caderneta de saúde do adolescente para avaliar a linguagem em relação ao público alvo, considerando todas as fases de desenvolvimento dessa população. A caderneta não foi distribuída em 2019.
Fonte: G1
Fonte: G1
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