EUA testam reconhecimento facial em passageiros deixando o país
O sistema de imigração dos Estados Unidos foi desenhado para rastrear as pessoas que entram no país, não quem sai. Há mais de duas décadas, porém, as autoridades tentam encontrar uma forma eficaz de acompanhar os estrangeiros que deixam suas fronteiras, especialmente para encontrar aqueles que permaneceram lá por mais tempo do que seus vistos permitiam.
A agência responsável pela proteção das fronteiras do país diz ter encontrado uma solução: o reconhecimento facial. A expectativa é escanear 97% dos passageiros de voos comerciais nos próximos quatro anos, segundo um relatório do Departamento de Segurança Nacional.
O sistema envolverá câmeras instaladas nos portões dos aeroportos. Os passageiros irão tirar uma foto antes de embarcar. Com o cruzamento entre essas imagens e as fotos de visto e passaporte, será possível identificar quem está saindo dos EUA. Se estiver tudo em ordem, o sistema registra a saída daquela pessoa. Se houver algo errado, as autoridades da imigração irão verificar os dados. Nos Estados Unidos, quem fica mais tempo do que o permitido em seu visto pode ter sua entrada barrada por até 10 anos. O sistema de reconhecimento facial poderá eventualmente substituir o atual, que depende dos relatórios enviados pelas companhias aéreas.
Até meados do ano passado, as autoridades instalaram câmeras em 15 aeroportos norte-americanos. Os testes envolveram 15 mil voos e foram identificados 7 mil viajantes que estenderam sua permanência além do permitido. A alfândega calcula que 666.582 pessoas chegaram por avião ou navio e permaneceram no país além do permitido em 2018. Nos últimos anos, essas pessoas passaram a representar uma proporção maior entre os imigrantes ilegais do que aqueles que entraram nos Estados Unidos sem visto algum.
Segundo o Quartz, o sistema tem atraído críticas por invadir a privacidade dos passageiros. A agência de proteção de fronteiras diz que as imagens são criptografadas e que só serão armazenadas por um breve período de tempo.
Fonte: Globo
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