Campanha da Abrinq alerta para sinais de abuso sexual em crianças e adolescentes; 51 casos foram registrados em AL em 2018


O número de casos pode ser maior, porque muitas vítimas têm medo de denunciar. 51 casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes foram registrados em AL em 2018 A Polícia Civil de Alagoas registrou 51 casos de abuso sexual e estupros contra crianças e adolescentes em 2018 no estado. Pelo menos 15 investigações da polícia chegam ao Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL) por mês. O número de abusos sexuais pode ser ainda maior, porque muitas vítimas têm medo de denunciar. A Fundação Abrinq lançou a campanha "Pode Ser Abuso" para conscientizar a população sobre cenário da violência sexual contra crianças e adolescentes. A proposta da campanha é o quebrar o silêncio que perpetua o assunto, mostrando que alguns segredos não devem ser guardados. A campanha tem site e orienta que as denúncias podem ser feitas pelo Disque 100 (a ligação é gratuita e anônima) e no Conselho Tutelar ou na delegacia da cidade. A Fundação Abrinq alerta para sinais que podem ajudar identificar se a criança sofre ou sofreu abuso sexual: Apresentar marcas de abuso de agressão e machucados, tem dificuldade de andar e sentar; A criança está agressiva, irritada ou machuca o próprio corpo; Está muito quieta, triste, medrosa ou chorosa; Passou a ter transtornos alimentares; Passou a ter alterações de sono, fica cansada fora de hora ou tem dificuldade para dormir; Mudou seu comportamento e aparência; Está desatenta na escola ou desinteressada em em atividades e brincadeiras; Apresenta atividades de dificuldade de aprendizagem; Faz desenhos agressivos, que mostrem situações de medo ou cenas envolvendo questões sexuais; Evitar ir para alguns lugares ou encontrar alguma pessoa. Uma história real e assustadora aconteceu em Alagoas. Uma mulher, que preferiu não se identificar, foi estuprada pelo avô de criação aos oito anos de idade. Aos 13 anos ela engravidou e teve uma filha do agressor aos 14 anos, mas com medo das ameaças foi obrigada a continuar convivendo com o homem até que o flagrou tentando abusar da própria filha deles, que na época estava com 2 anos. "Eu estava dormindo. Tentando dormir. Dormindo na cama. Senti aquele peso pegando o meu pescoço. Desça a roupa! Desça a roupa! Eu fazia com a cabeça que não. Ele pegou uma faca, cortou a minha roupa e foi na minha direção e eu não vi mais nada", disse a vítima. Ela contou sobre o momento em que flagrou o agressor tentando abusar sexualmente da filha deles, fruto de um estupro. "Ele estava se masturbando e mandando ela chupar o negócio dele. Ela com 2 anos e ele com sessenta. Eu disse: o que você fez comigo, você não vai fazer com ela", contou a mulher. A promotora de Justiça Dalva Tenório falou de casos que chegam ao MP-AL, muitos deles contam com o silêncio dos parentes da vítima do abuso. "Nós temos de 10 a 15 denúncias, inquéritos que chegam quinzenalmente. Às vezes, 20, 25, mensalmente. Mas isso nós vamos analisar se fazemos a denúncia, judicializamos, ou se volta para fazer novas pesquisas, novas diligências. Independente do número, nós percebemos que vários deles vêm da própria casa. E nós temos infelizmente um silêncio. Um silêncio cruel e conivente", disse a promotora. O Conselho Tutelar da região administrativa VII de Maceió, que atende casos dos bairros Clima Bom, Santos Dumont e Tabuleiro do Martins reforça o que a polícia e o Ministério Público afirmam. "Por semana a gente recebe de 3 a 4 casos. É constante. O que está acontecendo hoje, são crianças que são abusadas sexualmente por familiares. Muitos casos que chegam ao conselho tutelar são que elas são abusadas pelo pai, pelo padrasto, pelo tio, pelo avô. Quando a gente vai fazer o levantamento da situação, aquela criança está sendo abusada pela pessoa que ela mais gosta. Quando a gente pega um caso de abuso e leva para a frente, muitas vezes a própria mãe não quer botar para a frente, é conivente com a situação, tem medo das ameaças, tem medo porque vai perder o companheiro. Porém ela também pode ser penalizada por saber da situação dessa criança e não querer botar para a frente", disse o conselho tutelar Valdomiro Pontes Jardim. Campanha da Abrinq alerta para quebra do silêncio sobre abuso sexual contra crianças e adolescentes Divulgação/Fundação Abrinq Veja mais notícias da região no G1 Alagoas


Fonte: G1

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

COSANPA 'sem força'

Mulher pede socorro por mensagem para Patrulha Maria da Penha em Suzano: 'Quando chegarem, já vou estar morta. Socorro'