Google rastreia os seus dados pelo celular — e a polícia está usando essas informações

Google (Foto: Thomas Trutschel/Photothek via Getty Images)

 

A polícia de Phoenix, nos Estados Unidos, prendeu Jorge Molina depois de identificar o seu celular no mesmo local onde um homem foi assassinado ano passado. Como conseguiram os dados? Com o Google. A empresa forneceu um dossiê com informações de todos os aparelhos que estavam na região.

Segundo a reportagem do The New York Times, essa base de dados do Google é chamada de Sensorvault pelos funcionários, e se transformou em uma rede digital para aplicação da lei.

Funciona assim: a polícia envia um mandado solicitando dados de uma área em uma data e um período específico, e o Google envia os códigos anônimos de ID de cada dispositivo que estava na região.

Os investigadores analisam e procuram relação com possíveis suspeitos. Além disso, podem pedir informações adicionais sobre a trajetória de movimento dos dispositivos considerados suspeitos. Depois de restringirem as opções, os detetives pedem para que o Google libere nome, endereço de e-mail e outros dados sobre o usuário.

O celular de Molina foi descoberto dessa maneira e seu carro ainda foi identificado por câmeras de vigilância. No entanto, depois de passar uma semana na cadeia, a polícia descobriu que o responsável era o ex-namorado de sua mãe, que usava o seu carro. Já o celular, Molina logava no seu e-mail em diferentes celulares e, por este motivo, sua conta estava na cena do crime.

De acordo com funcionários da Google, o Sensorvault reúne dados de milhões de dispositivos, mas não foi criado para atender demandas jurídicas. Mesmo assim, a empresa recebe 180 mandados por semana, com centenas de informações cada um.

Os detetives usaram os mandados para ajudar na investigação de roubos, agressões sexuais, crimes e assassinatos. No ano passado, solicitaram para investigar atentados em Austin, no Texas.

Segundo a polícia, esses dados complementam o processo, mas não são as únicas informações necessárias para que o caso seja levado adiante. Em um deles, o Google enviou os dados de um celular que fez a trajetória de um possível invasor de uma casa em Minnesota, mas os detetives usaram outras fontes para identificar os suspeitos.

Há anos empresas de tecnologia têm respondido a pedidos judiciais para liberação de dados de usuários. 

Segundo o NYT, a única empresa a receber esses tipos de mandado é o Google. A Apple disse que não tem habilidade para realizar esse tipo de busca. No entanto, Aaron Eden, um analista de inteligência do condado de San Mateo, na Califórnia, afirma ter examinado milhares de dados que vieram do Google. Apesar de a maioria ser de Android, os usuários de iPhone não escapam.

Em um comunicado, Richard Salgado, diretor de segurança da informação do Google, disse que a empresa tenta "proteger vigorosamente a privacidade” dos usuários, mas “apoia o importante trabalho de aplicação da lei". Ele afirma, ainda, que a empresa só entregou informações de identificação "onde legalmente elas são exigidas.”




Fonte: Globo

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