Brexit: manifestantes contrários ao acordo protestam na fronteira da Irlanda
Irlandeses temem que a saída acordo coloque em risco seus empregos. A fronteira irlandesa é considerada crucial no acordo entre UE e Reino Unido. Manifestações contra o Brexit neste sábado (30) na fronteira entre a Irlanda do Norte e a Irlanda Clodagh Kilcoyne/Reuters Manifestantes contrários à saída do Reino Unido da União Europeia protestaram em seis diferentes pontos da fronteira entre a Irlanda do Norte e a Irlanda neste sábado (30), com medo de que haja novamente um controle aduaneiro que coloque em risco a paz, seus empregos e modo de vida. Entenda o que pode acontecer com a saída do Reino Unido da União Europeia A fronteira atualmente aberta de 500 km seria o único acesso por terra do Reino Unido com a União Europeia depois do Brexit, e a questão de como mantê-la aberta tornou-se um grande ponto de discussão nas tentativas do país de deixar o bloco de uma maneira ordenada. Segundo organizadores das manifestações, cerca de mil manifestantes se reuniram na fronteira Clodagh Kilcoyne/Reuters De acordo com organizadores da manifestação, estimam que mais de 1.000 pessoas locais se reuniram da vila de Bridgend, no Noroeste, a Carrickcarnon, na Costa Leste. Estes são dois dos mais de 200 pontos de passagem que mais de 30.000 pessoas cruzam todos os dias para trabalhar. “As pessoas estão muito preocupadas, elas votaram para permanecer (na UE) aqui", disse John Sheridan à agência Reuters. “Nós sentimos que vamos ser deixados para trás e ter uma fronteira imposta sobre nós”, finaliza John, que faz parte do grupo Comunidades de Fronteira contra o Brexit e liderou os protestos na vila de Belcoo, na fronteira da Irlanda do Norte. O grupo também realizou uma vigília com velas acesas ao longo da fronteira na vila irlandesa de Kiltyclogher na sexta-feira (29), quando o Reino Unido deveria deixar a União Europeia. Entretanto, a saída foi adiada por pelo menos duas semanas. Fronteira na Irlanda A questão da fronteira irlandesa gerou um impasse entre Reino Unido e União Europeia porque, desde 1998, não há barreiras físicas para quem passa da República da Irlanda para a Irlanda do Norte. E, como os dois países fazem parte de um mercado comum e união aduaneira, bens e serviços também passam de um lado para o outro com poucas restrições. No entanto, o Brexit significará, na prática, uma fronteira física entre a UE e o Reino Unido. Por isso, o governo de Theresa May tentou um acordo para um "backstop", ou seja, um escudo para mitigar os efeitos dessa nova divisão. A oposição ao governo de May, entretanto, é crítica ao plano do "backstop" por entender que esse acordo submeteria o Reino Unido à UE, de alguma forma. Há o temor de que o impasse na fronteira reacenda as tensões entre irlandeses. Em 20 de janeiro, um carro-bomba explodiu em Londonderry, na Irlanda do Norte. Duas pessoas foram presas. Fronteira da Irlanda é impasse para o Brexit Infografia: Karina Almeida/G1
Fonte: G1
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