Unipontal repudia cortes orçamentários e inicia mobilização contra o fechamento de polos do Projeto Guri


Entidade pediu audiência com o secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado, Sérgio Sá Leitão, para tratar do assunto. Funcionários receberam aviso prévio na sexta-feira (29). O presidente da Unipontal, Jorge Duran Gonçalez (PSD) Unipontal/AI Em nota divulgada na tarde deste sábado (30), o presidente da União dos Municípios do Pontal do Paranapanema (Unipontal), Jorge Duran Gonçalez (PSD), que é prefeito de Presidente Venceslau, afirmou que a associação composta por 32 cidades da região repudia a informação de que o governo do Estado de São Paulo fará cortes no orçamento da cultura, colocando em risco de fechamento 19 polos do Projeto Guri no Oeste Paulista. Se confirmada a medida, segundo a Unipontal, serão fechados os polos do programa nas cidades de Adamantina, Álvares Machado, Caiabu, Dracena, Irapuru, Junqueirópolis, Nantes, Osvaldo Cruz, Ouro Verde, Pirapozinho, Presidente Bernardes, Presidente Venceslau, Rancharia, Regente Feijó, Tarabai, Teodoro Sampaio e Tupi Paulista. O Projeto Guri é desenvolvido pelo governo estadual, em parceria com os municípios, e oferece aulas de música de graça para crianças e jovens de seis a 18 anos de idade. “O corte ocorre em todo o Estado e deve prejudicar cerca de 60 mil alunos em todo o território paulista, além de causar a demissão de centenas de profissionais. Dos 335 polos do Estado, 190 serão fechados, ou seja, 56,7%”, pontuou a Unipontal. “Todos os prefeitos desta associação estão engajados a mostrar para o governo a importância deste programa”, disse o presidente da Unipontal, Jorge Duran Gonçalez. Ele solicitou ao governo, em nome da Unipontal, uma audiência com o secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, para tratar do fechamento de polos do Projeto Guri na região. Gonçalez também afirmou que a Unipontal irá juntar forças com os prefeitos e lideranças da Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista (Amnap) e do Consórcio Intermunicipal do Vale do Paranapanema (Civap), entidades que também representam as cidades que integram a região de Presidente Prudente. “Estamos organizando uma grande mobilização com prefeitos de mais de 80 cidades que fazem parte dessas associações. A Unipontal não está indiferente nesta situação e queremos uma audiência com o secretário para mostrar a relevância do Projeto Guri na história e formação das pessoas. É um programa que funciona há muito anos, e conheço muita gente que se desenvolveu na arte da música por meio deste projeto, gente que fez do aprendizado uma profissão. O valor cultural do projeto é imensurável e não pode deixar de existir”, afirmou Gonçalez. Alunos do Projeto Guri aprendem a tocar instrumentos musicais Mônica Cremonini Aviso prévio O Projeto Guri confirmou ao G1 que existe a possibilidade de fechamento de 19 polos em atividade na região de Presidente Prudente, cujos funcionários entraram em aviso prévio na sexta-feira (29). “Até o momento, não recebemos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, nossa principal mantenedora, a confirmação de que iremos receber os recursos que seriam necessários à manutenção de atual rede de atendimento”, explicou ao G1 a Associação Amigos do Guri, Organização Social de Cultura que administra o programa no interior do Estado de São Paulo. “Estudo preliminar indica a necessidade de um possível fechamento de 19 polos da região de Presidente Prudente, cujos funcionários entraram em aviso prévio hoje [29]. O Projeto Guri segue em negociação com a Secretaria para reverter essa situação”, complementou a entidade ao G1. O G1 questionou ao Projeto Guri quais são os 19 polos que estão sob risco de fechamento na região de Presidente Prudente, no entanto, a resposta obtida pela reportagem foi a seguinte: “O Projeto Guri segue em negociação com a Secretaria para reverter essa situação, portanto não temos autorização para enviar nenhuma outra informação até que haja um desfecho desta conversa”. Já a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo informou ao G1 que “o impacto do contingenciamento nos programas, instituições e ações” da pasta “está sendo avaliado”. “As metas são minimizar as consequências e buscar mais eficiência e mais eficácia. Estamos fazendo reuniões individuais com cada uma das 18 organizações sociais, incluindo as gestoras do Projeto Guri, para definir as prioridades e os ajustes necessários. Trata-se de um imperativo da realidade orçamentária do Estado”, pontuou a secretaria ao G1. No total, o Projeto Guri possui 37 polos na região, que funcionam nas cidades de Adamantina, Álvares Machado, Anhumas, Caiabu, Dracena, Emilianópolis, Estrela do Norte, Indiana, Inúbia Paulista, Irapuru, João Ramalho, Junqueirópolis, Martinópolis, Mirante do Paranapanema, Nantes, Narandiba, Osvaldo Cruz, Ouro Verde, Parapuã, Piquerobi, Pirapozinho, Presidente Bernardes, Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Rancharia, Regente Feijó, Rinópolis, Rosana, Sagres, Sandovalina, Santo Expedito, Taciba, Tarabai, Teodoro Sampaio e Tupi Paulista. Dos três polos existentes na cidade de Irapuru, dois ficam em unidades da Fundação Casa. Contraturno escolar Mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, o Projeto Guri é o maior programa sociocultural brasileiro e oferece, nos períodos de contraturno escolar, cursos de iniciação musical, luteria, canto coral, tecnologia em música, instrumentos de cordas dedilhadas, cordas friccionadas, sopros, teclados e percussão, para crianças e adolescentes entre seis e 18 anos (até 21 anos nos Grupos de Referência e na Fundação Casa). Cerca de 50 mil alunos são atendidos por ano, em quase 400 polos de ensino, distribuídos por todo o Estado de São Paulo. Os mais de 330 polos localizados no interior e no litoral, incluindo os da Fundação Casa, são administrados pela Amigos do Guri, enquanto o controle das unidades na capital paulista e na Grande São Paulo fica por conta de outra organização social. A gestão compartilhada do Projeto Guri atende a uma resolução da secretaria que regulamenta parcerias entre o governo e pessoas jurídicas de direito privado para ações na área cultural. Desde seu início, em 1995, o projeto já atendeu mais de 770 mil jovens na Grande São Paulo, no interior e no litoral. Desde 2004, a Amigos do Guri é responsável pela gestão do programa no litoral e no interior do Estado de São Paulo, incluindo os polos da Fundação Casa. Além do governo de São Paulo, a Amigos do Guri conta com o apoio de prefeituras, organizações sociais, empresas e pessoas físicas. Instituições interessadas em investir na Amigos do Guri, contribuindo para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, têm incentivo fiscal da Lei Rouanet e do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fumcad). Pessoas físicas também podem ajudar. Funcionários recebem aviso prévio e Projeto Guri pode fechar 19 polos na região de Presidente Prudente


Fonte: G1

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