Nos EUA, indústria armamentista tem política como refém

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Estados Unidos 236/ EUA Gazeta Digital

Com o início da corrida eleitoral nos Estados Unidos, em que candidatos nas primárias precisam garantir seu lugar na disputa pela presidência, algumas questões essenciais começam a ser discutidas. Entre elas, como fica a segurança e posse de armas.

Estima-se que existam entre 265 a 393 milhões de armas nas mãos de civis, número superior ao número de habitantes, que gira em torno de 327,2 milhões de pessoas. A fixação por armas vem desde a criação dos Estados Unidos e se tornou um direito constitucional na Segunda Emenda, escrita em 1787, que assegura que o cidadão pode ter armas por segurança e para proteger o próprio território em caso de invasões.

 

Com o direito assegurado, a indústria armamentista viu o poder econômico e político crescer. Nos Estados Unidos, o sistema político funciona por meio de distritos, em que os candidatos precisam conquistar uma quantidade suficiente de votos para conseguir concorrer à Presidência.

“A indústria armamentista aproveitou bastante desse sistema depois da Segunda Guerra Mundial e tentaram ter fábricas nos distritos mais importantes do país”, explica Vladimir Feijó, professor de Direito Internacional da Ibmec de Minas Gerais. Com as indústrias, são gerados empregos e o dinheiro começa a fluir. “Então, direta ou indiretamente, os americanos acabam tendo uma ligação com ela”, completa.

 

Não é difícil comprar uma arma nos EUA, e para garantir que esse mercado continue em movimento, a indústria começou a pressionar políticos. A NRA, ou Associação Nacional do Rifle, é a maior defensora de armas no país e tem ligação direta com o Partido Republicano. 

 

Segundo George Rennie, professor de Política na Universidade de Melbourne, na Austrália, e especialista em política estadunidense, é difícil comentar sobre um político americano que não tenha vínculo com a NRA. “Os republicanos atiram e parecem gostar de armas, eles acreditam que isso é essencial para a sua segurança”, explica.

 

Não se sabe ao certo quanto dinheiro a NRA gasta para financiar campanhas de candidatos republicanos e quanto é investido na política, mas a quantia é suficiente para o lobby ser um dos mais poderosos no país. “Eles só perdem para a indústria farmacêutica”, diz Rennie. A NRA é financiada pelas indústrias e por cidadãos.

Para Feijó, muita da força política da NRA vem do dinheiro gerado com os empregos na indústria bélica e da dependência dos candidatos. “Muitos deles dependem desse dinheiro para financiar as campanhas, seja com doação direta ou indireta”, explica.

 

 

 




Fonte: R7

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