Adolescente diz que foi abusada por pai de santo aos 14 anos; 'Eu falei: para, para que está doendo', disse ela

Delegada da DPCA, disse que Oli Santos pode responder pelos crimes de violação sexual mediante fraude e estupro qualificado pela idade da vítima. Adolescente diz que foi abusada por pai de santo aos 14 anos, em Goiânia Uma das vítimas que denunciou o pai de santo Oli Santos da Costa, de 61 anos, disse à polícia que começou a ser abusada sexualmente por ele quando tinha 14 anos. A adolescente, hoje com 15, contou que chegou a ser forçada pelo suspeito a se relacionar sexualmente com ele. "Eu falei assim: ‘para, para que está doendo. Eu não quero mais’. E ele: ‘não, a gente vai resolver. A gente tem que resolver isso juntos para você sentir alguma coisa, porque isso é necessário, é um tratamento’, disse a menor em entrevista. O G1 não conseguiu contato com o suspeito ou saber se ele tem algum advogado para pedirmos um posicionamento sobre o caso. A rede social dele foi desativada. Segundo a polícia, o pai de santo suspeito de abusar de pelo menos 13 mulheres, foi procurado durante todo o dia, mas não foi localizado. As investigações seguem com a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), mas, como duas das supostas vítimas são menores, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) também entrou no caso. O depoimento dado pela menor, acompanhada da mãe na Deam, já está com a delegada adjunta da DPCA, Caroline Borges, que avalia não só o crime de violação sexual mediante fraude, mas também o estupro qualificado pela idade da vítima. “A vítima de 15 anos disse que os abusos aconteceram por mais de uma vez, com ele como a entidade e em pela lucidez. Ela relatou que, em certa, ocasião tentou fugir dele, pedia para ele parar, mas ele falava que fazia parte do tratamento espiritual. Para a gente, isso configura estupro”, informou Caroline, dizendo que o primeiro abuso da menor teria sido em fevereiro. A delegada também contou que as vítimas eram convencidas pelo pai de santo a não conversar entre elas, porque isso atrapalharia o tratamento, mas que ao perceberem que estavam sendo vítimas de abuso resolveram se unir e procurar à polícia. “A outra adolescente tem 17 anos e contou que ele a acariciou e deu um beijo no rosto dela”, disse a delegada, informando que a menina teria repreendido o pai de santo sobre o que aconteceu, mas prometeu que não contaria nada para ninguém. Paralela à investigação da Deam, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente pretende ouvir as responsáveis pelas adolescentes. De acordo com a delegada da Deam da região noroeste de Goiânia, Cassia Sertão, Oli é formado em filosofia e professor universitário. Nas segundas é pai de santo em um terreiro de Quimbanda, no Jardim Balneário Meia Ponte, onde também foi procurado e não foi achado nestas quarta e quinta. Segundo a delegada, nos depoimentos as jovens falam que frequentavam o local em busca de ajuda espiritual. Os atendimentos eram dados, em alguns momentos individualizados, e em uma sala fechada do terreiro. Os relatos, segundo a polícia, são variados, mas todos demonstram certo tipo de abuso sexual. A polícia também esteve em outro endereço dele. A delegada quer intimá-lo para que ele se apresente até esta sexta-feira (28). Caso ele não compareça para o depoimento, Cássia disse que pode pedir a prisão dele.


Fonte: G1

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