Programação especial marca 34° ano da morte de padre Ezequiel Ramin em Cacoal, RO


Atividades iniciam na quarta-feira (17) e encerram no domingo (21) com uma romaria até Rondolândia. Ezequiel foi morto em um conflito agrário aos 32 anos. Padre Ezequiel Ramin foi morto a tiros há quase 34 anos. Reprodução Em memória ao martírio do Padre Ezequiel Ramin, que foi morto em um conflito agrário em Rondolândia (MT), divida com Rondônia, a igreja católica de Cacoal (RO), município a 480 quilômetros de Porto Velho, está com uma programação especial. As atividades começam na próxima quarta-feira (17) e terminam no domingo (21). A morte do missionário colombiano completa 34 anos no próximo dia 24 de julho. Padre Mansueto Dal Maso, organizador do evento, explica que a programação inicia com a celebração do tríduo, de quarta a sexta-feira (19). As comunidades receberam um pequeno livro com os temas que deverão ser trabalhados durante o tríduo. "O tríduo é celebrado durante três dias. Os temas de reflexão são o chamado de Deus, o envio em missão, e o profetismo e martírio. Cada comunidade celebrará o tríduo de forma autônoma, então é preciso confirmar a programação", alerta Mansueto. Programação especial pelo 34º ano da morte do padre começa na quarta-feira (17) e se estende até domingo (21). Rede Amazônica/Reprodução No sábado (20), a igreja católica fará uma grande missa. A celebração será na Paróquia Sagrada Família, a partir das 19h30. Nesse dia, as comunidades da cidade não terão programação noturna. "Além de missionários combonianos, o irmão do Padre Ezequiel Ramin, Antônio Ramin, vai participar dessa celebração. A missa em memória a Ezequiel será muito bonita. Contaremos com a participação de todas as comunidades de Cacoal", diz padre Mansueto. Para finalizar a programação, no domingo (21), moradores de Cacoal e região seguem para Rondolândia, cidade onde morreu Ezequiel. "Algumas comunidades de Cacoal estão com ônibus próprio para se deslocarem até Rondolândia. Lá, a concentração será na Comunidade Padre Ezequiel Ramin. Por volta das 9h sairemos em romaria até o local onde o padre Ezequiel foi morto. A missa e toda a programação será celebrada nesse local de forma campal", explica Mansueto. Martírio de Ezequiel Ramin Em 1980, Ramin foi ordenado padre na Itália e, aos 30 anos, enviado ao Brasil. Iniciou os trabalhos em Cacoal e logo percebeu que a região era cheia de conflitos relacionados a questões de terra, realidade que incomodava o padre. Diante disso, assumiu a defesa dos indígenas e dos posseiros sobre o direito das terras. Esse posicionamento agradava aos pobres, mas atiçava a ira de outros. O sacerdote passou a ser ameaçado, mas não se intimidou. Camisa usada pelo padre no dia em que foi morto a tiros. Rede Amazônica/Reprodução No dia 24 de julho de 1985, aos 32 anos, padre Ezequiel foi brutalmente assassinado a tiros. O crime foi praticado quando ele voltava de uma visita a um grupo de posseiros. Ele havia ido ao local para pedir que deixassem a terra, uma vez que a vida deles estava seriamente ameaçada. De acordo com Mansueto, em Roma, tramita um projeto para que um dia Padre Ezequiel Ramin possa ser declarado mártir. "A documentação que está sendo analisada é a forma como ele foi morto. A declaração do martírio. Por isso que nós, antecipadamente, já falamos do martírio do servo de Deus Padre Ezequiel Ramin. Para nós é uma força interior que Deus nos concede para continuar com nosso compromisso ao serviço de Deus", reitera. Veja mais notícias da região no G1 Cacoal e Zona da Mata.


Fonte: G1

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