Polícia abre inquérito para investigar vereadores acusados por assessor de deverem dinheiro a empresários
Em áudios, Edson Peru cobra vereadores de Várzea Paulista (SP) que estariam devendo dinheiro a empresários; parlamentares já haviam registrado B.O. Polícia abre inquérito para investigar vereadores acusados por assessor de deverem dinheiro a empresários Reprodução/TV TEM A Polícia Civil de Várzea Paulista (SP) abriu um inquérito para investigar o caso de vereadores da cidade que foram acusados por um assessor político de estarem devendo dinheiro a empresários. Em áudios que circulam pelas redes sociais, aos quais a TV TEM teve acesso, o assessor político, identificado como Edson Antônio de Souza, o Edson Peru, cobra alguns vereadores que estariam devendo dinheiro a empresários que doaram para as campanhas deles. Ele diz que os parlamentares não teriam pago o que foi combinado por essa doação. Os vereadores citados nos áudios são Gilberto Moraes, Fernando Pasqualino, Luiz Ferreira da Silva "O Hulk", Claudenir Cassiano "O Nil", Silso das Neves e Mauro Aparecido da Silva. Eles negam qualquer tipo de envolvimento com Edson Peru. Vereadores de Várzea Paulista registram ocorrência contra assessor político Os vereadores já haviam registrado um boletim de ocorrência por injúria, calúnia e difamação, mas precisavam registrar queixa crime na delegacia para que a polícia pudesse dar sequência no inquérito policial. Todos os vereadores negaram qualquer tipo de contato com o assessor político Edson Peru. A produção da TV TEM procurou o assessor, mas ele não atendeu às ligações. Áudios Os áudios acusam seis vereadores. Neles, o assessor político cobra uma atitude dos parlamentares referente a uma suposta promessa que não foi cumprida. "Vereador Giba, boa noite, tudo bem? Quem 'tá' falando aqui é o Edson Peru, tá? Giba, deixa eu falar uma coisa para você: eu 'tô' com um problema muito sério, porque quando o Silso das Neves era presidente da Câmara, ele veio até mim em Santos falando que tinha dívida de campanha e teria que pagar essa dívida de campanha do prefeito Juvenal, do vereador Giba, do vereador Pasqualini, e teria que molhar a mão de todos esses outros vereadores que é da base do governo, entendeu?", diz. Edson Peru comenta também que conseguiu R$ 150 mil com cinco empresários das cidades de Santos, Guarulhos e Ribeirão Pires e que, em troca, os empresários teriam vantagens em contratos da Prefeitura de Várzea Paulista. Segundo Edson, o dinheiro foi repassado para o vereador Silso das Neves (PRB). "Ele veio aqui vendendo o que ele não tinha, vendendo carta convite, vendendo reforma, de contrato de reforma de escola, de ônibus, de lixo, de piscinão, muitas coisas. Eles veio aqui dizendo que tinha tudo isso na mão para negociar. Para isso precisava pagar as dívidas de campanha que ficaram do prefeito Juvenal e dos vereadores do grupo do prefeito." Áudios com cobrança de doações vazaram em Várzea Paulista TV TEM/Reprodução Os áudios viralizaram na cidade e a população lotou a sessão da Câmara para cobrar uma posição dos vereadores. Alguns subiram na tribuna para se defender. Desde 2016, as doações para políticos durante campanhas só podem ser feitas por pessoas físicas, com limite de até 10% do rendimento do doador. As empresas estão proibidas de contribuírem. Segundo a Lei de Licitações, jamais deve ter algum tipo de combinação nas concorrências. Isso é considerado crime e, além de multa, pode render de dois a quatro anos de prisão. Em contato com o assessor político Edson Peru, ele confirmou ser o autor dos áudios e disse que está sendo pressionado pelos empresários que doaram o dinheiro. A Polícia Civil de Várzea Paulista diz que já identificou o autor das mensagens e espera agora que os vereadores apresentem a queixa crime para então prosseguirem com a investigação. Nenhum deles soube informar que dia a queixa crime vai ser apresentada. Seis vereadores de Várzea Paulista foram citados por assessor político de Santos TV TEM/Reprodução O prefeito Juvenal de Rossi, que foi citado em um dos áudios, declarou que desconhece os fatos apresentados e que os áudios foram distribuídos por perfis falsos de adversários políticos. Ele afirmou que vai acionar os meios jurídicos para tomas as devidas providências legais. Dos cinco empresários que dizem que cederam dinheiro, apenas um deles, do setor de transportes, aceitou falar com a produção da TV TEM. Ele disse que doou R$ 50 mil para um vereador de Várzea Paulista e que reconhece que a atitude é ilegal. Ele afirmou que está se reunindo com outros colegas que também doaram dinheiro para decidirem o que vão fazer daqui em diante. Veja mais notícias da região no G1 Sorocaba e Jundiaí
Fonte: G1
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