Rendas e tapeçarias demonstram habilidades de artesãs pernambucanas na Fenearte


Peças em frivolité, renascença e tapeçaria revelam técnica e talento. Alguns itens levam meses para ficar prontos. Vestido em renascença, feito por Ana Nery, pode levar até seis meses para ficar pronto Penélope Araújo/G1 Artesãs que participam da 20ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), em Olinda, chamam a atenção pela habilidade e talento na produção de suas obras. Por causa das técnicas utilizadas para confeccionar as rendas e tapetes, itens podem levar até meses para ficarem prontos. A Mestra Maria Santana, tapeceira há 44 anos, diz que aprendeu com facilidade. “Quando fui aprender tapeçaria e me ensinaram o primeiro ponto, eu disse ‘já sei fazer’. Porque parece muito com o ponto cruz, que eu já fazia”, conta. Logo em seguida, começou a fazer tapetes e não parou mais. “As ideias de desenho vêm da minha cabeça mesmo, e aí faço primeiro o desenho que quiser e depois preencho o resto. Acho fácil”, diz ainda a artesã. Tapeceiras de Camaragibe produzem tapetes e e pesos de porta Penélope Araújo/G1 Na Fenearte, Maria Santana expõe com a Tapeçaria Timbi, associação criada por moradoras do bairro de mesmo nome em Camaragibe, no Grande Recife. Ao todo, são cerca de 20 tapeceiras que produzem tapetes com figuras como florais, arabescos, casarios e paisagens. Em Lagoa do Carro, cidade da Mata Norte de Pernambuco, o artesanato mais popular entre os moradores também é a tapeçaria, como conta a artesã Marina Ferreira. “O que é difícil é criar desenhos para o tapete, mas a parte de traçar é fácil, quase todo mundo lá na cidade sabe fazer. Todos fazem questão de fazer um tapete para conseguir algum dinheiro”, comenta. Foi essa a forma que a artesã encontrou para sustentar sua família. “Faço tudo, desenho, preencho e costuro o tapete, porque gosto de participar de todas as etapas. Foi assim que alimentei meus filhos, fazendo tudo isso e vendendo tapetes”, relembra Dona Marina. Dona Marina, artesã de Lagoa do Carro, conta que sustentou a família com a renda da tapeçaria Penélope Araújo/G1 Para ela, o artesanato também funciona como uma forma de fuga da realidade. “Ás vezes tenho algum problema e não quero pensar nele. Daí vou fazer meus tapetes. Esqueço até do tempo, nem vejo as horas passarem, porque amo o que faço”, conclui a artesã. Outro artesanato que requer bastante técnica é o frivolité, tipo de renda representado na Fenearte pelos trabalhos de Dona Damiana, de Orobó, no Agreste pernambucano. Utilizando apenas uma linha e um instrumento chamado navete, a artesã faz trançados e nós, criando a renda do frivolité. “O ponto é sempre um só, com os nós que a gente dá na linha. O que muda são as figuras que podemos criar com esses pontos, que podem ser infinitas. Depende somente da nossa criatividade”, diz Dona Damiana, que sempre anda com suas ferramentas de trabalho na bolsa. “Às vezes até no carro eu fico conversando e fazendo os nós”, afirma. Frivolité, produzido por Dona Damiana, utiliza apenas trançados e nós para criar renda Penélope Araújo/G1 Por causa da técnica, as peças demoram para ficar prontas: passadeiras de mesa, por exemplo, podem levar até um mês para serem concluídas. O resultado são peças delicadas, que pouco mostram terem sido feitas à mão. “Tem gente que pergunta até se usei máquina para fazer”, comenta ainda a artesã. Mais uma técnica que demanda bastante tempo é a renda em renascença, que dá origem aos trabalhos da rendeira Ana Nery. A artesã de Poção, no Agreste, que expõe roupas e paninhos para casa na Fenearte, conta que o processo de rendar pode levar meses. “Às vezes a gente passa um mês trabalhando numa blusa só. Um vestido longo, por exemplo, pode levar até seis meses. Isso porque completar todos os mínimos detalhes das rendas leva muito tempo, é muito delicado”, explica Ana. Dona Damiana conta que gosta tanto do frivolité que sempre leva as ferramentas de trabalho na bolsa Penélope Araújo/G1 As obras das artesãs estão na Alameda dos Mestres, no caso de Dona Damiana e Maria Santana; e no setor têxtil da feira, no caso da renascença de Ana Nery e de Dona Marina. A Fenearte segue até o próximo domingo (14), funcionando das 14h às 22h, nos dias úteis, e das 10h às 22h, nos fins de semana. De segunda a sexta, a entrada custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). No fim de semana, os ingressos custam R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia). Os tíquetes são vendidos pela internet, em pontos descentralizados e na bilheteria do evento. Initial plugin text


Fonte: G1

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