Total de famílias endividadas aumenta pelo sexto mês consecutivo, diz CNC

Índice em junho chegou a 74%, o maior nível desde julho de 2013. Em junho de 2018, menos de 59% das famílias estavam endividadas. Total de famílias endividadas aumenta pelo sexto mês consecutivo, diz CNC Em junho, o número de famílias brasileiras endividadas cresceu pelo sexto mês seguido, segundo a Confederação Nacional do Comércio. A loja de material de construção, na Zona Norte do Rio, é um pequeno retrato do Brasil. O dono do negócio e boa parte dos funcionários e clientes precisam pagar dívidas todo mês. É o carnê da loja, a prestação do carro, a casa própria. “Atrapalha até na parte psicológica da gente. E atrapalha até no orçamento em casa também. Tenho empréstimo em banco e cartão de crédito, é isso aí”, lamenta um cliente. “Eu precisei, né? Peguei. E estou precisando mais ainda. Crédito consignado”, conta outro. Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio, o total de famílias endividadas aumentou pelo sexto mês consecutivo. O percentual em junho chegou a 64%, o maior nível desde julho de 2013. É um aumento significativo comparado a junho de 2018, quando menos de 59% das famílias estavam endividadas. A situação do comerciante Marivaldo do Nascimento é parecida à de muitos brasileiros. Nos últimos quatro anos, o faturamento da loja dele caiu pela metade. No meio do caminho, ainda teve um divórcio, que complicou de vez as contas da casa. E nem mesmo cortando várias despesas, ele conseguiu evitar o endividamento. “Esse ano não fui no cinema, não fui no teatro. Não saí para lugar nenhum. Roupa a gente não comprou, comer fora nem pensar. Assim, a gente praticamente está de casa para o trabalho”, afirma. Há um ano, o comerciante entrou no cheque especial. O Marivaldo faz de tudo para fugir dos juros mais altos do cartão de crédito: “Você começa a calcular. Parcela o cartão de crédito? Não. Isso está fora de cogitação; é um absurdo. A gente entra no regime de austeridade, mas, às vezes, ele não é suficiente para você resolver isso”. Mas pior do que ter dívida é não conseguir pagar. Como a taxa de juros para pessoa física é a menor desde 2015, alguns brasileiros começam a respirar melhor. Segundo a economista da CNC Marianne Hanson, o percentual de famílias com contas e dívidas em atraso apresentou em junho a primeira queda do ano, reduzindo a inadimplência: "As famílias se endividaram mais, mas não comprometeram muito mais a sua renda com as dívidas e conseguiram pagar essas parcelas sem ficar na inadimplência".


Fonte: G1

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