Com 221mm, Porto Alegre tem maio mais chuvoso em 35 anos
Temperaturas foram um pouco mais elevadas em relação aos outros anos. Chuva volumosa causa danos no asfalto. No interior, temporais dos últimos dias provocaram transtornos. Maio deste ano foi o mais chuvoso desde os anos 80 O mês que acaba nesta sexta-feira (31) foi o maio mais chuvoso dos últimos 35 anos em Porto Alegre, com volume de chuva próximo do dobro do esperado para o mês. Foram 221,9 mm em maio de 2019, contra uma média de 118,8 mm. Como observa a Somar Meteorologia, dos 31 dias do mês, 15 tiveram chuvas. As temperaturas, no entanto, registraram aumento. Maio teve as manhãs mais quentes deste 1961, com média de temperatura mínima de 16,9°C, que é 3,6°C acima do normal. A temperatura máxima ficou na média de 23,8°C, o que é 1,6°C acima do normal. Foram as tardes mais quentes desde 2012. A elevação da temperatura da água no Oceano Atlântico, que ocorre desde janeiro, provoca os episódios de tempestade na região Sul do país. Frederico Westphalen, na Região Norte do RS, foi a cidade que mais choveu no país em maio, com 373 mm (o que equivale a mais de 110% acima do normal do município). Problemas no asfalto O acúmulo de chuva em Porto Alegre trouxe um problema: os danos no asfalto. Na avenida Voluntários da Pátria, no Centro da capital, é possível ver buracos grandes. "É um caos, né", reclama o vendedor José Edson da Silva. "Tem que tá cuidando os buracos. Acho que devido à chuva, começa a abrir os buracos. Aí fica difícil", comenta. Já na Avenida A.J. Renner, os motoristas encontram dificuldades para fazer desvios. "Estoura pneu, estoura roda. Então tá muito difícil. Sempre é prejuízo", comenta o representante comercial Carlos Alberto Alves. A prefeitura diz que, nos últimos 10 anos, a média de aplicação de recursos na recuperação do pavimento ficou abaixo dos valores necessários: atualmente destina R$ 60 milhões por ano, mas que para a recuperação total seriam necessários R$ 200 milhões. Para o professor de Engenharia Civil da UFRGS Washington Peres Núñez, o problema, mesmo, é a falta de manutenção, principalmente na drenagem. "Cada vez que nós temos água presa dentro do pavimento e passa uma carga de um caminhão ou de um ônibus, temos um efeito semelhante a uma bomba estourando dentro do pavimento", descreve. Conforme o professor, há soluções possíveis para o transtorno. "A questão é saber se existe orçamento para implantar esse conserto. Não são soluções imediatas e não são soluções baratas", diz. "Enquanto não se resolve o problema da água no interior do pavimento, acumular camadas de misturas asfálticas que são bastante caras não vai ser uma solução duradoura", conclui. Veja a previsão de chuva para o mês de junho No interior, cheia em rio e destruição O Rio Uruguai, no Noroeste do RS, chegou a 7 metros acima do nível normal depois das chuvas dos últimos dias. A travessia de balsa foi suspensa em Porto Mauá e Porto Vera Cruz, afetando ao menos mil pessoas usam o transporte por dia. Na Região Central, os temporais destruíram cabeceiras de pontes e provocaram deslizamento de terras em Nova Palma, afetando principalmente a zona rural. Em todo o estado, o plantio do trigo está atrasado. A chuvarada impede o trabalho das máquinas no campo. "A dificuldade tende a ser maior, exigindo um maio dispêndio para o agricultor, para ter uma boa atividade, um bom resultado da cultura de inverno, principalmente o trigo, que é a nossa maior área no estado", comenta o diretor-técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do RS, Alencar Paulo Rugeri.
Fonte: G1
Fonte: G1
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