Aumento dos casos de dengue faz cair a doação de sangue no Brasil

Quem teve dengue não fica impedido de doar sangue, só que a doação só pode ser feita 30 dias depois que os sintomas da doença tiverem ido embora. Aumento dos casos de dengue faz cair a doação de sangue no Brasil O aumento dos casos de dengue no país acabou gerando um outro problema: a queda no número de doações de sangue. A alta incidência de casos de dengue em Mato Grosso do Sul, deixou o estoque de plaquetas do Hemosul, em Campo Grande, em situação de alerta. Os casos mais graves da doença costumam precisar de transfusão de plaquetas, um dos componentes do sangue. “Em situações normais, nós produzíamos cerca de 60, 70 plaquetas por dia. Com a dengue grave, a gente teve que produzir cerca de 120 plaquetas dias para atender a essa demanda. Nós tivemos que buscar a população para conseguir coletar mais sangue para atender a essa demanda inesperada”, disse Mayra Franceschi, gerente de Relações Públicas do Hemosul de Mato Grosso do Sul. Welington Nascimento, militar do Exército, ouviu o chamado: “hoje, uma pessoa pode estar na UTI necessitando do meu sangue. Amanhã também pode ser eu”. A epidemia de dengue também afastou os doadores da Fundação Hemominas, em Belo Horizonte. O estoque de sangue teve queda de 30%. Estão em falta principalmente os tipos negativos. Quem teve dengue não fica impedido de doar sangue, só que a doação só pode ser feita 30 dias depois que os sintomas da doença tiverem ido embora. No caso de dengue hemorrágica, a espera para doar é um pouquinho maior: seis meses. Segundo os médicos, esse é o tempo que o organismo leva para se recuperar da queda do nível de plaquetas no sangue. As plaquetas de uma pessoa saudável ficam entre 150 mil e 450 mil. Plaquetas abaixo de 150 mil podem indicar doenças, inclusive dengue hemorrágica. E, dependendo do caso, a transfusão de sangue pode ser necessária quando elas ficam abaixo de 20 mil. É uma medida de emergência para evitar hemorragias. Como a maioria dos casos é de dengue clássica, beber muita água e alguns medicamentos para dores no corpo podem resolver o problema. “Naquele dia que você acordou bem e falou: ‘nossa agora resolveu minha dengue, conta 30 dias a partir daí e pode vir doar”, fala a hematologista Priscila Rodrigues. O Ministério da Saúde divulgou que o número de casos de dengue, até o dia 11 de maio desse ano, aumentou 432% % em relação ao mesmo período do ano passado. A açougueira Denise Soares é a prova de que doar sangue é bom para quem precisa e para quem faz a boa ação. “É a 16ª. A gente sempre quis ajudar, a gente não sabe o dia de amanhã. Um dia pode ser eu, pode ser um parente, um amigo”. O motoboy Ernani Ricardo, sorrisão no rosto, dá o recado: “eu aconselho todos para que venham mesmo, porque assim salva vidas. E eu espero que todos que estejam vendo e que façam a mesma coisa que nós estamos fazendo”.


Fonte: G1

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