Empresa inicia instalação de estação meteorológica no Aeroporto Brigadeiro Cabral em Divinópolis


Equipamento é utilizado para orientar o pouso de aeronaves. Segundo a Prefeitura, o contrato para reativação de voos comerciais deve ser assinado na segunda-feira (10) com a Infraero. Estação meteorológica está sendo construída próximo a pista de pouso e decolagem no Aeroporto Brigadeiro Cabral Mariana Gonçalves/G1 Uma estação meteorológica está sendo instalada no Aeroporto Brigadeiro Cabral em Divinópolis. O objetivo do equipamento é orientar as aeronaves que irão pousar no local. Em entrevista ao G1 nesta quarta-feira (5), o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, José Alonso Dias, disse que devido ao bom andamento das adequações pedidas pelos órgãos fiscalizadores, está previsto para segunda-feira (10) a assinatura do contrato com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Os voos comerciais foram suspensos em Divinópolis em março de 2018, quando única companhia que operava na cidade, a Azul Linhas Aéreas, comunicou a interrupção do serviço e justificou a medida devido a um problema entre a Prefeitura de Divinópolis e a Socicam, empresa que fazia a gestão do terminal na época. Depois do ocorrido, o aeroporto passou por fiscalização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que orientou ao município readequar alguns dos equipamentos do terminal. Dentre as adequações, foi pedida a construção da estação meteorológica. Equipamentos A construção da estação meteorológica está sendo executada por uma empresa de engenharia do Rio de Janeiro, sob a responsabilidade da Secretaria de Aviação Civil (Sac). “Estamos também com a Infraero trazendo os equipamentos para que o aeroporto já comece a funcionar de imediato. A Azul precisa de pouco mais de 30 dias para começar a operar. Ela vai começar a operar com três voos para São Paulo durante a semana, após o contrato assinado com a Infraero”, acrescentou o secretário. O G1 entrou em contato com a Azul Linhas Áreas e aguarda retorno. Os equipamentos de Raio X e os carrinhos para o transporte de bagagens dos passageiros também estão no Aeroporto Brigadeiro Cabral. Na parte de guichês de passagens, as cabines da Azul estão no local, juntamente com equipamentos para o controle de operações áreas por parte da empresa. Aparelho de Raio X chegou ao aeroporto na segunda-feira (27) enviado pela Infraero Mariana Gonçalves/G1 Convênio e reajuste dos hangares O convênio entre a Infraero e a Prefeitura de Divinópolis foi anunciado por José Alonso em março deste ano. De acordo com o secretário, o convênio foi firmado no valor de R$ 79 mil por mês. Contudo, o montante não sairá do cofre municipal. “O dinheiro do repasse que será feito para a Infraero será arrecadado com o valor do aluguel dos hangares aqui do aeroporto. Reajustamos os valores dos hangares, porque precisávamos desse recurso e se fosse para retirar da folha da Prefeitura, nós não teríamos como, a folha não paga essa despesa”, informou o secretário. A intenção de reajustar os aluguéis dos hangares havia sido anunciada no ano passado. Porém, os valores só sofreram uma alteração em março deste ano. Aluguel de hangares no Aeroporto em Divinópolis foi reajustado em março deste ano Prefeitura de Divinópolis/Divulgação Entenda o caso O aeroporto está com os voos comerciais suspensos desde março de 2018, quando a Socicam, empresa que administrava o local, deixou a gerência da área devido a uma dívida de R$ 2.664.000, referente a 18 meses de repasses que ficaram pendentes da administração anterior. Na ocasião, a Prefeitura informou que pretendia reajustar o aluguel de hangares do aeroporto para levantar recursos e assim manter os voos comerciais em atividade. Três dias depois, a Azul Linhas Aéreas anunciou que suspenderia os voos comerciais no aeroporto da cidade devido à dívida do município com a Socicam. Após a suspensão dos voos comerciais na cidade, a gestão do local foi transferida para a Empresa Municipal de Obras Públicas e Serviços (Emop) de maneira provisória. No mesmo mês, a Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços de Divinópolis (Acid) propôs arcar com as despesas de equipamento para reativar os voos no local. No início de junho, quando o aeroporto completou três meses sem voos, a Prefeitura informou ao G1 que um processo licitatório para a terceirização da administração do terminal estava em andamento. No dia 13 de julho, a empresa interessada em assumir o local realizou um treinamento em um hangar particular do aeroporto. No dia 17 de julho, após reunião na Prefeitura, ficou acordado que a empresa responsável pelo treinamento assumiria a administração do local. Foi comunicado ao empresariado e ao Grupo Gestor que a Controladoria Geral tinha barrado o contrato por ser ilegal a contratação emergencial de empresas em situações aeroportuárias. Em setembro, o secretário de Desenvolvimento Econômico, José Alonso Dias, afirmou que a nova administração do local seria anunciada antes do final do mês. No dia 8 novembro, o juiz Vara de Fazendas Públicas de Divinópolis, Núbio Parreiras, concedeu um prazo de 30 dias para a Prefeitura da cidade licitar e contratar a nova administradora do Aeroporto Brigadeiro Cabral. Já no dia 21 de novembro, o MG2 exibiu uma reportagem que revelou que representantes da Anac estiveram no Aeroporto Brigadeiro Cabral em Divinópolis e encontraram quatro inconformidades no local. Poucos dias depois, no dia 30 de novembro, o Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF) obteve uma liminar que suspendeu o contrato entre a empresa LG Serviços Aeroportuários Ltda e a Prefeitura de Divinópolis para a exploração do Aeroporto Brigadeiro Cabral. A ação afirma que o Município e a empresa firmaram um acordo para a administração do local “sem o devido processo licitatório, em clara violação aos mais básicos princípios constitucionais”. Voos noturnos Os voos particulares noturnos voltaram a ser realizados no Aeroporto Brigadeiro Cabral, em abril de 2019, após também serem suspensos no ano passado. Contudo, a Prefeitura afirmou na época que a decisão tinha sido tomada devido à falta de funcionários para cuidar do local. Porém, nesta quarta-feira, José Alonso disse ao G1 que a suspensão ocorreu porque a pista estava sem a correta balização que deve ser feita a noite para o pouso dos aviões. Dívida com a Socicam O secretário também falou sobre a dívida que a Prefeitura tem com a Socicam. Atualmente os valores estão calculados em torno de R$ 3 milhões. "Como o prefeito pagou dívidas em cima de dívidas da gestão passada, que chegaram a somar quase R$ 60 milhões, o recurso do cofre municipal ficou insuficiente para pagar a Socicam, que estava operando com algumas deficiências, porque tínhamos coisas no contrato que ela não cumpriu. Mas existe esse débito e será discutido na Justiça e se a Prefeitura perder, o prefeito terá que pegar. A forma como será feito esse pagamento será estudada", encerrou o secretário. O G1 entrou em contato com a Socicam e aguarda retorno.


Fonte: G1

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