Maioria das ações de desmatamento no Brasil foi ilegal, diz pesquisa inédita

Cientistas, ONGs e empresas contam com o MapBiomas, programa que monitora a preservação do meio ambiente com imagens mais precisas. Maioria das ações de desmatamento no Brasil em 2019 foi ilegal, diz pesquisa inédita Um levantamento inédito concluiu que quase todas as ações de desmatamento no Brasil, em 2019, foram ilegais. E os cientistas que participaram desse estudo apresentaram uma ferramenta nova de preservação do meio ambiente. Uma imagem de satélite mostra o Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso, no ano de 1985. Tudo verdinho. Agora, o desmatamento chega no limite da terra indígena. Em volta, fazendas com plantação de soja. Outras imagens mostram Rondônia em 1985 e em 2017. As áreas mais preservadas também estão dentro de unidades de conservação e terras indígenas. Fora delas, o desmatamento avança. A iniciativa do MapBiomas reúne ONGs, universidades e empresas de tecnologia. Com imagens mais precisas, o desafio agora é mostrar o presente, para que se possa agir a tempo. “O que a gente quer é gerar a mesma eficiência que a gente tem hoje com a multa de trânsito. É uma imagem de antes do desmatamento e uma imagem depois do desmatamento, com as datas, a área que foi afetada e vai direto para a casa do proprietário daquele imóvel. Então, esse seria o ideal. Assim, todos os desmatamentos teriam consequências”, afirma Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas. Hoje, um alerta de desmatamento chega no computador do fiscal do Ibama. A imagem é pouco clara: o fiscal leva umas seis horas para fazer um laudo. Com o novo sistema, o MapBiomas promete entregar esse trabalho em poucos segundos. E há diferença de imagem, muito mais nítida. Tem outra vantagem ainda: é de graça. Em março, ainda em teste, o MapBiomas ofereceu ao Ibama quase dois mil alertas de desmatamento. O sistema descobriu que, de janeiro a março, 95% de todas as ações de desmatamento no Brasil não tinham autorização. O Ibama e o Ministério Público Federal podem usar essas informações para investigar. O ministro do Meio Ambiente disse que vai usar esse monitoramento gratuito, mas Ricardo Salles não dispensa a contratação de uma empresa, um serviço complementar que vai custar R$ 7 milhões e vem sendo criticado por ambientalistas. “São essas imagens em alta resolução que vêm quase em tempo real, justamente para que nós possamos, ao determinar uma fiscalização, ter informação do próprio dia ou do dia anterior, de tal sorte que a fiscalização vá com a estratégia de campo bastante determinada e acompanhando no dia a dia”, explicou Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente.


Fonte: G1

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