Moradores de Goiás constroem presídios com as próprias mãos
Assustados com as constantes fugas, moradores decidiram, por conta própria, se juntar e construir presídios que custam bem menos. Moradores de Goiás constroem presídios com as próprias mãos Moradores de Goiás decidiram lidar de uma maneira diferente com a superlotação dos presídios no estado. Dezoito presos são flagrados pulando portão do presídio de Cristalina, que vive superlotado. Essas situações têm deixado a população preocupada. Os moradores, assustados com as constantes fugas, decidiram, por conta própria, se juntar e construir presídios. Mas com duas diferenças em relação às obras tocadas pelo governo: a construção feita pela comunidade custou bem menos e a entrega da obra foi bem mais rápida. Em Anápolis, o presídio estadual demorou cinco anos para ficar pronto. As 300 vagas custaram R$ 19 milhões aos cofres públicos, mais de R$ 60 mil por vaga. Já a prisão de Rio Verde, erguida pela comunidade, ficou pronta em um ano e três meses, tem 350 vagas e custou R$ 7 milhões, uma média de 20 mil por vaga. Marcelo Celestino, promotor de Justiça, explica a diferença no preço. “Você recebe muitas doações, você consegue comprar com preços mais baixos, a pessoa vende mais baixo porque aquilo ali é de interesse dela também. Há, também, mão de obra de presos trabalhando e não tem margem de lucro, não tem empresa trabalhando para ganhar”, explica. Há dois anos o Jornal Nacional mostrou a mobilização de moradores em Orizona. A cadeia antiga despertava insegurança, que acabou com a inauguração do novo presídio, construído com as doações. Desde então não houve mais fugas. “Esse aí foi muito bom, porque aqui prendia o povo e eles escapulia tudo. Agora de lá não sai, né?”, conta o lavrador João Martins de Carvalho. Além das doações, outra parte dos recursos vem do Judiciário. Dinheiro de multas pagas por quem cometeu crimes de menor potencial ofensivo e que foi destinado para obra. “Alguns colegas criticam que essa não é a função do Judiciário, que nossa função é decidir e não construir presídios. Só que precisa ser feito, já que o Estado é inoperante e muitas vezes ineficiente”, diz a juíza Danila Claudia Le Sueur. É o que acontece também em Jaraguá. Na cidade, o presídio terá 120 vagas. “É um presídio projetado e bem seguro que vai sim poder cumprir o que determina a lei de execução penal”, finaliza Marcelo Celestino. Em três anos, os moradores construíram cinco presídios que são administrados pelo governo de Goiás e devem inaugurar outros três nos próximos meses. O Jornal Nacional não conseguiu contato com a diretoria de administração penitenciária de Goiás.
Fonte: G1
Fonte: G1
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