Ministro da Economia critica mudanças no texto da reforma da Previdência

Paulo Guedes disse que, por pressão de servidores, deputados podem 'abortar a nova Previdência'. Já o presidente da Câmara afirmou que o governo virou uma 'usina de crises'. Ministro da Economia critica mudanças no texto da reforma da Previdência O Governo Federal conseguiu garantir presença de deputados na Câmara em uma sexta-feira e contar o prazo para o andamento da reforma da Previdência. O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou mudanças feitas pelo relator da reforma, Samuel Moreira, com o aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. As principais críticas foram contra o aumento de 15 para 20% na alíquota da CSLL, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido de bancos e instituições financeiras, e a nova regra de transição para quem já está no mercado de trabalho, que vale para servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada. A regra permite que homens se aposentem aos 60 anos, e mulheres, aos 57, desde que cumpram ao menos 35 e 30 anos de contribuição. Mas será preciso dobrar o tempo de contribuição restante. Por exemplo, se faltar dois anos para completar os 35 anos de contribuição, o cidadão terá que trabalhar por quatro anos, limitado a atingir a idade de 60 anos. O ministro Paulo Guedes esperava, com a reforma, uma economia de R$ 1,2 trilhão em dez anos, e calcula que as mudanças feitas pelo relator devem reduzir essa economia para R$ 860 bilhões. “Houve um recuo que pode abortar a nova Previdência. As pressões corporativas de servidores do Legislativo forçaram o relator a abrir mão de R$ 30 bilhões para os servidores do Legislativo, que já são favorecidos no sistema normal, então recuaram na regra de transição e, como isso ia ficar feio, recuar só para os servidores, aí estenderam também para o regime geral, e aí isso custou R$ 100 bilhões. Eu esperava que cortassem o BPC e o rural e ficasse R$ 1 trilhão, que com R$ 1 trilhão, eu alertei várias vezes, nós conseguimos lançar a nova Previdência, que é o compromisso com as futuras gerações. Cortaram para R$ 860 bilhões”, disse Guedes. Rodrigo Maia rebateu as críticas do ministro da Economia e disse que a Câmara vai aprovar a reforma da Previdência. “Nós blindamos o Parlamento brasileiro das crises que são geradas pela usina de crises que o governo tem a cada dia e a cada semana no Brasil. Eu acho que ele foi injusto com o Parlamento hoje. Uma economia de R$ 900 bilhões num governo que não tem base é uma grande economia, muito perto de R$ 1 trilhão. Se o ministro tem uma visão, infelizmente, distorcida, do que é o diálogo e do que é a democracia, esse é um problema do ministro”. Não é a primeira vez que Paulo Guedes e Rodrigo Maia têm divergências públicas sobre a reforma da Previdência. Mas, apesar das diferenças, os dois sempre mantiveram um bom diálogo, inclusive com elogios mútuos. E, nesse momento, trabalham para resolver um problema da reforma: a retirada de estados e municípios da proposta em debate na Câmara, o que prejudica o ajuste das contas públicas.


Fonte: G1

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

COSANPA 'sem força'

Mulher pede socorro por mensagem para Patrulha Maria da Penha em Suzano: 'Quando chegarem, já vou estar morta. Socorro'