Morte de Patrícia Amieiro completa 11 anos e julgamento do crime continua sem data marcada


Família da engenheira aguarda por punição dos 4 PMs acusados pelo crime. Patrícia foi morta em 2008 na Barra da Tijuca quando voltava de uma festa na Urca. Tribunal de Justiça informou que ainda não há previsão de data para o julgamento. O corpo da engenheira jamais foi encontrado Reprodução/ Arquivo Pessoal O analista de sistemas Celso Franco completa 65 anos nesta sexta-feira (14) – mas não haverá festa. Há 11 anos, a data deixou de ser uma ocasião de celebração para ganhar outro significado – em 14 de junho de 2008, sua filha, a engenheira Patrícia Amieiro, foi vista viva pela última vez. Ela foi morta, aos 24 anos, quando voltava de uma festa na Zona Sul do Rio. Quatro policiais militares são acusados de participar do crime. O G1 conversou com o pai da jovem e ele contou que a família aguarda até hoje por Justiça no processo que apura a morte da filha. "Deixei de comemorar meu aniversário, não faz mais sentido. O dia é de muita tristeza. Perdi minha filha da maneira mais brutal que se pode imaginar e até agora não conseguimos nem mesmo que os responsáveis pela morte dela sejam julgados. Depois de tanto tempo, fica difícil acreditar que haja Justiça aqui.", diz Celso Livro conta a história do desaparecimento da engenheira Julgamento Mais de uma década após o crime, o júri que deveria julgar os quatro policiais militares apontados como responsáveis pela morte da engenheira sequer foi marcado – apesar de uma determinação nesse sentido já ter sido emitida pelo Superior Tribunal de Justiça no início deste ano. A denúncia feita pelo Ministério Público do Rio aponta os quatro policiais de envolvimento na morte de Patrícia: Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luis do Nascimento respondem por tentativa de homicídio - porque o corpo não foi encontrado - e por alterar o local do crime. Os PMs Fábio da Silveira Santana e Márcio Oliveira dos Santos foram acusados de fraude processual. Celso diz que ainda espera que a lei seja cumprida. "Nossa família foi destruída. O mínimo que podemos esperar agora é que os responsáveis sejam punidos pela lei". A espera da família de Patrícia Amieiro, no entanto, deverá se estender um pouco mais. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que ainda não há nenhuma previsão para que o julgamento seja realizado. Crime e desaparecimento do corpo Jardim em homenagem a Patrícia Amieiro inaugurado no ano passado, em memória pelos 10 anos da morte da engenheira. Tânia Márcia Amieiro/Divulgação Patrícia Amieiro foi morta quando voltava de uma festa no Morro da Urca e seguia em direção à sua casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. Na saída do Túnel do Joá, o Fiat Palio que dirigia foi atingido por uma série de disparos. As investigações feitas pela Polícia Civil apontaram que os PMs Marcos Paulo e William Luís atiraram contra o veículo por acreditarem que o carro era dirigido por traficantes. De acordo com a investigação, com os tiros, Patrícia perdeu o controle do carro e o veículo bateu de forma violenta contra dois postes e uma mureta, no acesso da ponte que estava logo à frente. Segundo a denúncia feita pelo MP, “a ação violenta dos policiais provocou as lesões corporais que foram a causa eficiente da morte da vítima. (...) O ataque inesperado contra a vítima completamente desprevenida impossibilitou qualquer chance de defesa". Ainda de acordo com o MP, com o propósito de garantir a impunidade do crime, os policiais militares se associaram para alterar o estado do lugar, retirando o corpo do carro e jogando o veículo na ribanceira para criar falsos fatos e impedir que o homicídio fosse descoberto. A denúncia ainda afirma que "em seguida, os denunciados, com vontade livre e consciente, mediante prévio ajuste, fizeram desaparecer o corpo da vítima, ocultando-o em local até hoje não determinado”. O G1 entrou em contato com a Polícia Militar para saber qual a atual situação dos quatro policiais - se ainda permanecem na corporação e, em caso positivo, se os agentes desempenham apenas funções internas. Até a publicação da reportagem a resposta ainda não havia sido encaminhada. Patrícia Amieiro: a história da engenheira desaparecida contada em livro Divulgação


Fonte: G1

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