Justiça manda exonerar 5 dos 6 secretários de Nova Aliança do Ivaí por parentesco com vereadores

Outros três servidores devem ser exonerados pelo mesmo motivo; administração municipal alega que é difícil não encontrar algum nível de parentesco na cidade de 1,5 mil habitantes. Justiça de Nova Aliança do Ivaí mandou exonerar 8 servidores A Justiça determinou a exoneração de oito servidores comissionados da Prefeitura de Nova Aliança do Ivaí, no noroeste do Paraná, por causa do parentesco com vereadores. Entre eles, estão seis dos cinco secretários municipais. Segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), as nomeações foram em troca de apoio político. "A gente identificou o que chamamos de nepotismo interinstitucional, quando existe a nomeação de parentes em cargos comissionados em poderes diversos. Isso pode violar a independência dos poderes", afirma o promotor Franscisco Hernandes. De acordo com ele, a prefeitura deve ser notificada até sexta-feira (5). Depois disso, o prefeito Adir Schimitz (PP) tem dez dias para cumprir a decisão judicial. Caso não cumpra, poderá ter que pagar até R$ 100 mil e responder a outro processo por improbidade. Ele não quis gravar entrevista. A reportagem conversou com o procurador jurídico do município que informou que a prefeitura vai recorrer da decisão. A justificativa é a de que na cidade de pouco mais de 1,5 mil habitantes é difícil não encontrar algum nível de parentesco entre as pessoas. Entenda o parentesco Dos nove vereadores do município, sete são parentes próximos de pessoas nomeadas para cargos comissionados. A vereadora Rosângela Freire Costa (PP) é casada com o secretário de Infraestrutura, Jacob Costa. Ela disse que não indicou o marido e que ele foi secretário em outros mandatos. Na época da nomeação, ela era presidente da Câmara. Costa afirmou que tem experiência com maquinário e que se envolveu com a política e que por isso foi convidado. O vereador Marcir Furlan (PMDB) é pai da secretária de Finanças, Valéria da Silva Furlan, e sobrinho da Secretária de Educação, Natalina Furlan da Silva. Marcir disse que não fez as indicações políticas. Valéria afirmou que não comendar a decisão, mas que já era secretária desde 2013 em outra gestão. Natalina disse também disse que já foi secretária em outros mandatos e que não foi nomeada por indicação política. O vereador Jair Burdinhão (PP) é casado com a secretária de Desenvolvimento Econômico e Agricultura, Judevalda Bezerra Pichini. Atualmente, ele é o presidente da Câmara. Ele não atendeu as ligações. A reportagem também não conseguiu contato com Judevalda. O vereador Célio da Silva (PT) é irmão da secretária de Saúde, Vanilda Aparecida da Silva. Ele disse que não fez a indicação e que é da oposição ao prefeito. A reportagem não conseguiu falar com a secretária. Os cinco secretários recebem salários de R$ 2.386,43. O vereador Marcelo da Silva (PSB) é cunhado do chefe de Planejamento, Gregory Marcelo Santana, que disse que faz oposição ao atual prefeito e que não indicou o cunhado. Gregory afirmou que foi convidado pelo prefeito e que isso não tem relação com o cunhado. O vereador Eugênio Evangelista de Assis (PSD) é pai de Michele Marques da Costa, que ocupa um cargo de direção no setor administrativo. O pai disse que não influenciou na contratação. Michele disse que não vai comentar o caso. Já o vereador Vanderlei dos Reis Soares (PSB) é cunhado do chefe de departamento Carlos Alexandre Silva Oliveira. Vanderlei disse que o cunhado já pediu exoneração, mas que não tinha influenciado na contratação dele. Carlos Também disse que já saiu do cargo em maio deste ano por causa de um pedido do MP-PR. Dos oito comissionados, sete continuam nas funções. Segundo a promotoria, o prefeito havia sido avisado duas vezes sobre os indícios de improbidade administrativa antes de determinação. Veja mais notícias da região no G1 Norte e Noroeste.


Fonte: G1

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