Maior chuva em julho, em 43 anos, faz SP parar e viver cenas dramáticas

Chuva persistente, incomum nesta época do ano, fez o nível do Rio Tietê subir. Quantidade de água em 24 horas foi três vezes a média esperada para o mês inteiro. Maior chuva em 43 anos no mês de julho faz SP parar e viver cenas dramáticas São Paulo enfrentou uma sexta-feira (5) caótica. Uma chuva persistente, incomum nesta época do ano, bateu recorde histórico e fez a cidade parar. Há 43 anos São Paulo não via uma chuva assim em julho. A quantidade de água em 24 horas foi três vezes a média esperada para o mês inteiro. Aí, estação de metrô virou refúgio: cheia de pedestres, de ambulantes, de moradores de rua. Esse volume de chuva, numa época em que praticamente não chove, provocou surpresa, confusão na vida das pessoas, e também transtornos mais sérios. O nível do Rio Tietê subiu. O sistema de drenagem de escoamento das pistas da Marginal Tietê, uma das principais vias de trânsito da cidade, não deu conta, teve problemas. Apenas um dos pontos de alagamento, em que a pista da Marginal é rebaixada e passa debaixo de uma ponte, num nível muito próximo ao do próprio rio, causou horas de caos cidade. Cenas dramáticas: duas ambulâncias ficaram bloqueadas. Os motoristas não tiveram alternativa a não ser arriscar tentar seguir em frente. Uma conseguiu passar, a outra ficou pelo caminho. Dentro dela, imagens de aflição. Um carro também pifou, foi invadido pela água. A comerciante Ruth da Silva, que trabalha com comida, perdeu toda a mercadoria, fora o susto: "Caiu ali na água, o carro apagou e não teve mais como a gente sair. Ele encheu até o joelho e eu fiquei nervosa por causa do bebezinho no carro”. Com tudo parado, passageiros abandonaram os ônibus. Das oito bombas que puxam água nesse trecho da marginal, duas não funcionaram. Vândalos roubaram cabos de energia. Marcos Penido, o secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente disse que esse foi só um dos problemas: "O que aconteceu essa noite? Muita chuva, um volume muito grande de água vindo dos bairros, o rio numa cota muito alta e o bombeamento não funcionando em sua plenitude". Já o prefeito Bruno Covas disse que, no futuro, piscinões podem ajudar: "Nós tínhamos 24 piscinões na cidade de São Paulo. Já entregamos três, vamos entregar mais cinco. São oito ao longo dessa gestão. É o armazenamento de água que dá capacidade de resposta. Enquanto isso, nós vamos enxugando gelo, limpando manualmente, limpando córrego, para poder aumentar a capacidade". O rodízio de veículos, criado exatamente para diminuir congestionamentos, foi suspenso nesta sexta-feira, véspera de feriadão no estado. Em boa parte do dia, ainda foi muito difícil circular em São Paulo. “Para tudo, serviço atrasa. Eu não consigo terminar o serviço”, lamentou o autônomo Juvenal de Andrade. A água bloqueou pistas em rodovias, como a que dá acesso ao aeroporto de Guarulhos. Lá e em Congonhas, houve atraso de voos. Os tripulantes não conseguiam chegar devido à chuva, que, pelo menos nas últimas horas, deu uma trégua aos paulistanos.


Fonte: G1

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