Produtores rurais sabem cumprir metas de preservação, afirma ministra da Agricultura

Tereza Cristina respondeu aos países europeus, que citaram restrições ao acordo com o Mercosul. Produtores de vinho do Brasil serão um dos mais atingidos. ‘Produtores rurais sabem que podem cumprir metas sobre clima’, diz ministra A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou, nesta quarta-feira (3), que os produtores rurais brasileiros sabem cumprir as metas de preservação do ambiente. Ela comentou as consequências do acordo entre o Mercosul e a União Europeia para o setor. O próprio governo reconhece: os produtores de vinho no Brasil serão um dos mais atingidos pelo acordo. Não vai ser fácil competir com os vinhos europeus. Pelo acordo, a alíquota de importação, de 27% hoje, vai ser reduzida gradativamente - sobre vinhos e champanhe deve chegar a zero em oito anos. Espumantes europeus, acima de US$ 8, o litro, ficarão livres da tarifa no primeiro ano; abaixo desse preço, chegarão a zero em 12 anos, segundo o Ministério da Agricultura. Por isso mesmo, o governo promete ajudar os produtores nacionais a se modernizarem e a renovarem seus vinhedos. Vai criar um fundo com o imposto sobre produtos industrializados, o IPI, que incide sobre a bebida. “O IPI é cobrado tanto do vinho importado quanto do vinho nacional. A ideia é que esse valor, ao invés de retornar à União, seria destinado a um fundo. E esse fundo seria utilizado para aumentar a competitividade do setor. Prevê também que esse fundo possa receber recursos da União”, avaliou Orlando Ribeiro, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura. Representantes do setor dizem que o fundo pode trazer mais segurança e aguardam detalhes da proposta. O governo ainda não sabe se o fundo será cobrado por medida provisória ou projeto de lei. Ao detalhar os efeitos do acordo sobre o agronegócio brasileiro, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, teve que responder sobre as cobranças dos europeus - especialmente os franceses -, no quesito meio ambiente. Os últimos dados sobre desmatamento na Amazônia reforçam o discurso de setores do mercado europeu que ainda resistem ao acordo. A ministra afirmou que a agricultura brasileira sabe que pode cumprir as metas do Acordo de Paris sobre o clima, que esse acordo vale para os dois lados e que o Brasil também pode cobrar dos europeus. “Nós não podemos cair nessa histeria que existe em torno do meio ambiente sem ter certeza. O Brasil é que vai ter que, agora, mudar a sua comunicação lá fora e mostrar o que é que nós temos de fato. Qual é a verdade de fato sobre o meio ambiente. Tirar um pouco desse ideologismo aí que existe e que vem denegrindo a imagem do Brasil como um transgressor do meio ambiente, o que ele não é. Ele não é”, disse.


Fonte: G1

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