Brasil tem oito títulos na história da Fórmula 1, que chega ao milésimo GP

Marca vai ser atingida no Grande Prêmio da China. Reginaldo Leme mostra como essa categoria do automobilismo mexe tanto com a emoção de milhões de brasileiros. Brasil conquistou 8 títulos na história da Fórmula 1, que chega ao milésimo GP da história Nesse domingo (14), tem Fórmula 1 na Globo. A terceira corrida da temporada vai ser na China e com um marco histórico: a disputa do milésimo grande prêmio de Fórmula 1. O Reginaldo Leme mostra por que essa categoria do automobilismo mexe tanto com a emoção de milhões de brasileiros. O desafio de superar os limites da velocidade num carro de corrida tem mais de um século, mas foi somente em 1950 que surgiu a Fórmula 1, com regras para equilibrar as diferentes marcas e motores. Das chamadas “baratinhas” aos carros supermodernos, muita coisa mudou. “Eu acho que, mais do que a coragem, é paixão, é amor pelo esporte. E a coragem você tinha de equilibrar, você não podia ser muito corajoso, mas você não podia pensar no risco que existia na época”, conta Emerson Fittipaldi, bicampeão (1972 e 1974). Entre os estrangeiros, o esporte consagrou o argentino Juan Manuel Fangio, Jack Brabham, Jim Clark, Jackie Stewart, Niki Lauda e Alain Prost para citar os mais antigos; Vettel e Hamilton, entre os contemporâneos; além do maior vencedor de todos os tempos, o heptacampeão Michael Schumacher. Mas o Brasil também garantiu um lugar de destaque na Fórmula 1. Uma história escrita com talento e oito títulos mundiais, atrás apenas de Inglaterra e Alemanha. Foram 101 vitórias dos nossos pilotos e um total de 293 pódios. O primeiro a se destacar foi Emerson Fittipaldi. Na década de 70, conquistou dois campeonatos. O primeiro, em 1972, aos 25 anos de idade, fez dele o mais jovem campeão à época. “Foi o momento como esportista mais importante da minha vida, sem dúvida. É uma coisa que eu nunca mais vou esquecer. Muito, muito especial, de muita emoção, chorando, abraçando todos os brasileiros lá em Monza”, lembra Fittipaldi. As 14 vitórias e 35 pódios de Emerson ajudaram a consolidar o nome da família Fittipaldi. Nos anos 80, Nelson Piquet acelerou para se tornar o primeiro brasileiro tricampeão mundial. Piquet terminou 60 corridas entre os três primeiros e em 23 subiu ao lugar mais alto do pódio. “Como é que você se sente como campeão? Sua primeira sensação?”, pergunta o jornalista. “É uma coisa que, depois que você vence, ninguém pode tirar de você”, respondeu Piquet. O nosso período de ouro teve continuidade com Ayrton Senna. Em 84, logo no primeiro ano dele na Fórmula 1, só não venceu o GP de Mônaco, com a improvável Toleman debaixo de chuva, porque a corrida foi interrompida, com Alain Prost ainda em primeiro. Foi uma amostra do que Senna ainda faria em Mônaco, onde venceu seis vezes, e nas pistas molhadas, que se tornaram uma especialidade dele. Com o marcante capacete amarelo, Senna largou na primeira posição 65 vezes. Foram 80 pódios e 41 vitórias. Muito mais do que os três títulos conquistados com a McLaren, Senna se transformou em um símbolo nacional, com a idolatria dele chegando ao ápice depois da vitória no GP do Brasil de 1993. No ano seguinte, naquele fatídico 1º de maio de 1994, a história vitoriosa de Senna foi interrompida. Um piloto que se foi, mas que deixou um legado de inspiração. “Você já conhecia Ayrton ou precisa ser apresentado a ele?”, perguntou o repórter a Rubens Barrichello. “Não, já conhecia”, respondeu Barrichello. “Você está nervoso por quê?”, perguntou o repórter. “Quando a gente fica perto de uma personalidade assim, sempre a gente fica emocionado”, respondeu Barrichello. Rubens Barrichello não foi campeão, mas é dele o recorde de GPs na Fórmula 1. Ele esteve em 322 das 999 corridas, quase um terço dessa história. Foi 68 vezes ao pódio e venceu 11. “Eu vi muita gente chegar e vazar, e agora a gente acaba dando valor porque a gente está lá e ficou tanto tempo. E como se fica lá tanto tempo? Com muito trabalho e muito amor”, disse Rubens Barrichello. As vitórias em casa sempre tiveram um sabor especial para os brasileiros. No total, foram nove bandeiradas em primeiro lugar. Duas de Nelson Piquet no extinto autódromo de Jacarepaguá, no Rio; e em Interlagos, José Carlos Pace uma venceu uma, Emerson, Piquet, Senna e Felipe Massa venceram duas vezes cada. Massa, aliás, foi último brasileiro a fazer pole positions, vencer corridas e subir a pódios. Depois de Senna, foi o que mais perto esteve do título, em 2008, pela Ferrari. Ele aposta que o Brasil tem tudo para voltar a ser protagonista. “Sem dúvida, o Sérgio Sette Câmara, na minha opinião, é o que está mais próximo, porque corre na categoria mais próxima da Fórmula 1, na última categoria, que é a Fórmula 2. O Pietro tem a chance de ser piloto de testes de uma equipe de Fórmula 1 também. Não podemos esquecer do Enzo Fittipaldi, do Pedro Piquet. Então, ainda temos nomes aí que, quem sabe, podem ser nosso futuro, não no ano que vem, mas quem sabe mais para a frente”, disse. Pietro Fittipaldi, por sinal, é neto de Emerson. Piloto de testes da Haas, o brasileiro tem guiado um carro preto e dourado, que traz à lembrança do primeiro título do Brasil na Fórmula 1. Cores do passado que podem vir a ser também as do futuro.


Fonte: G1

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